Obama admite monitoramento e diz que ajuda em combate a terrorismo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta sexta-feira o monitoramento de dados de internet de usu�rios de todo o mundo e liga��es telef�nicas nos Estados Unidos feito pela Ag�ncia Nacional de Seguran�a (NSA, em ingl�s).
Em discurso sobre a reforma de sa�de, ele comentou pela primeira vez sobre o caso, que causou pol�mica por causa das suspeitas de viola��o de privacidade. Ele afirmou que, antes de assumir o governo, era c�tico em rela��o ao programa, mas concluiu que eles realmente ajudam o combate ao terrorismo.
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"Quando assumi meu mandato, me comprometi com duas coisas: o respeito � Constitui��o e a prote��o dos cidad�os americanos. N�o podemos ter 100% de seguran�a com 100% de privacidade e sem nenhum inconveniente".
Ele disse que todos os integrantes do Congresso e a Justi�a autorizaram a realiza��o dos dois programas e "s�o informados consistentemente" desde 2006 sobre os avan�os obtidos.
"Os programas de vigil�ncia est�o sob supervis�o estrita dos tr�s poderes. Essas salvaguardas existem para garantir que a vigil�ncia est� de acordo com a Constitui��o".
Em rela��o � intercepta��o das bases de dados de usu�rios de empresas como Google, Facebook e Microsoft, ele afirmou que n�o se aplica a residentes e cidad�os americanos. No entanto, n�o deu detalhes sobre que pessoas s�o investigadas pelo seu rastro na internet.
Assim como outros integrantes do governo, ele defendeu os programas como parte do combate ao terrorismo e descartou que todas as liga��es tenham sido ouvidas pelos agentes.
"Ningu�m est� ouvindo suas liga��es telef�nicas. O que os servi�os de intelig�ncia est�o olhando s�o os n�meros de telefone e a dura��o das liga��es. Eles n�o est�o vendo o nome das pessoas, nem o conte�do das liga��es, mas buscando informa��es entre dados que possam identificar potenciais planos de terroristas".
MUDAN�A
O discurso confirma a mudan�a de posicionamento de Obama em rela��o a uso do monitoramento de dados e telefonemas como forma de combate ao terrorismo. A intercepta��o dos dados � autorizada pelo Patriot Act (C�digo Patri�tico, em ingl�s), criado em 2001 pelo governo do republicano George W. Bush.
A lei permite o monitoramento de telefonemas, correspond�ncias e dados de qualquer morador dos Estados Unidos que seja suspeito de associa��o ao terrorismo, feito a partir de decis�es judiciais secretas. Apesar de ser previsto em lei, o monitoramento n�o costuma acontecer de forma indiscriminada.
Em geral, os pedidos s�o feitos para usu�rios espec�ficos, que s�o suspeitos de associa��o ao terrorismo. Tamb�m n�o � comum que estrangeiros que morem fora do territ�rio americano sejam monitorados oficialmente.
Quando era senador por Illinois, o atual mandat�rio foi um cr�tico da medida, qualificada como uma viola��o de privacidade. Em 2008, ele chegou a votar a favor da lei que imunizava as companhias telef�nicas que revelaram os dados a pedido do governo, mas disse que era contr�rio.
As primeiras den�ncias de vazamento de dados foram feitas em maio, quando foi revelado que a ag�ncia de not�cias Associated Press foi interceptada pelo servi�o de intelig�ncia.
Na quinta, os jornais "Guardian" e "The Washington Post" informaram sobre as opera��es de intercepta��o de liga��es da Verizon e de dados de usu�rios de grandes empresas de internet, como Google, Facebook, Microsoft e Apple.
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