S�o Paulo, s�bado, 8 de abril de 1995
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'Kane' tem marca da grandeza

IN�CIO ARAUJO
DA REDA��O

"Cidad�o Kane" (Cultura, 22h30) � provavelmente o filme mais famoso do mundo. L� est�o a famosa profundidade de campo -tudo o que est� em cena tamb�m est� em foco-, os travellings audaciosos, os planos ora em "plong�e" (tomados de cima), ora em "contra-plong�e" (tomados de baixo).
E existe tamb�m a narrativa n�o linear, os "flash backs" gra�as ao qual visita-se o passado do personagem. Ao menos uma parte das novidades de "Kane" j� existia.
William Wyler era famoso pela utiliza��o da profundidade de campo, por exemplo. Mas nada que se compare ao caso de "Kane", em que as est�tuas de gesso tinham de ser substitu�das ap�s cada tomada, porque derretiam com a intensidade da luz de Gregg Toland (na �poca, com filme de baixa sensibilidade, era necess�rio colocar uma imensidade de luz para chegar � profundidade de campo desejada).
Tudo em "Kane" tem a marca da grandiosidade, mesmo o personagem, um magnata da imprensa cujos mist�rios o filme pretende investigar. � verdade que essa grandeza por vezes excessiva d� a esse trabalho um peso que Jorge Lu�s Borges detectou j� na �poca.
Mas a Orson Welles sistematizou procedimentos que dariam a ver o que conhecemos por cinema moderno. Embora trabalhando em est�dio, a fidelidade a um espa�o e a um tempo que, ao contr�rio do filme cl�ssico, j� n�o v�m de uma conven��o (a montagem), mas do pr�prio ato de filmar, � o que faz deste trabalho um monumento. (IA)

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