>> Princ�pios Gerais de Actua��o da SPM na actividade de Avalia��o e Certifica��o de Manuais Escolares


1. A Sociedade Portuguesa de Matem�tica orgulha-se de ser uma entidade avaliadora e certificadora de manuais escolares para todos os anos de escolaridade do Ensino B�sico e Secund�rio e para todas as disciplinas de Matem�tica. Encaramos esta nossa actividade com mod�stia, pois sabemos estar a pronunciar-nos sobre um trabalho demorado e paciente de profissionais experientes. Encaramos tamb�m esta actividade com precau��o, pois sabemos que h� escolhas subtis e dif�ceis e que a redac��o de manuais frequentemente obriga os seus autores a op��es delicadas. Finalmente, encaramos esta actividade com elevado sentido de responsabilidade, pois sabemos como erros e atrasos de decis�o podem comprometer um trabalho de equipas que envolve muito trabalho e muitos recursos.

2. Os manuais escolares s�o instrumentos fundamentais da aprendizagem. S�o guias e refer�ncias dos professores ? por isso t�m de ser refer�ncias correctas e bem organizadas. S�o guias e refer�ncias dos alunos ? por isso devem tamb�m ser f�ceis de ler e claros nas explica��es. S�o instrumentos de trabalho, com exemplos que professores e alunos devem poder seguir e utilizar e com exerc�cios adequados e formativos ? por isso devem ter exerc�cios de v�rios graus de dificuldade e que permitam um trabalho colectivo e individual para assimila��o das mat�rias.

3. A principal preocupa��o e o principal objectivo da SPM nesta actividade � contribuir, mesmo que modestamente, para que os manuais escolares estejam cientificamente correctos e estejam bem organizados, de acordo com os conte�dos curriculares. A SPM reconhece o papel priorit�rio dos Autores e conhece a fun��o das editoras; de forma alguma pretende perturbar o seu trabalho.

4. A SPM reconhece aos Autores a liberdade de seguir diferentes orienta��es pedag�gicas, utilizar diferentes meios e propor diferentes actividades. N�o pretende interferir nestas op��es. Contudo, pode sugerir alternativas perante op��es que julgue incoerentes. A SPM reconhece que a diversidade de estilos dos manuais escolares � saud�vel e altamente positiva.

5. A avalia��o promovida pela SPM incide em primeiro lugar na correc��o cient�fica dos manuais. � crucial que as defini��es, argumentos, teoremas, demonstra��es, exemplos e explana��es estejam cientificamente correctos. A correc��o e o rigor t�m certamente uma forma de express�o que pode ser adaptada ao n�vel de escolaridade em causa, mas os erros e imprecis�es enganadoras devem ser evitados a todo o custo.

6. Nas defini��es, nota��es e outros aspectos b�sicos, a SPM defende que se siga aquilo que � consensual na comunidade matem�tica ou, pelo menos, aquilo que tem uma express�o muito significativa na literatura matem�tica contempor�nea. Julgamos importante evitar defini��es n�o consagradas e conceitos que n�o sejam necess�rios nem correspondam ao que se encontra na literatura.

7. A avalia��o promovida pela SPM incide em segundo lugar sobre a coer�ncia dos manuais. N�o nos parece admiss�vel que um texto apresente racioc�nios com base em conceitos que n�o est�o presentes, nem nos parece aceit�vel que os temas sejam desenvolvidos sem rela��o entre eles. A matem�tica n�o � uma colec��o de conceitos e procedimentos; � uma disciplina rigorosa e coerente, com grande unidade. � nossa fun��o transmitir aos alunos esse rigor, essa coer�ncia, e essa unidade.

8. A avalia��o promovida pela SPM incide ainda noutros aspectos. Preocupamo-nos com a correc��o lingu�stica e terminol�gica, com a clareza do texto e das ilustra��es e com o rigor das refer�ncias bibliogr�ficas, biogr�ficas, hist�ricas e outras.

9. As nossas equipas incluem profissionais diversos e competentes, contando com professores do grau de escolaridade em causa, professores universit�rios e matem�ticos profissionais. Sabemos que o contributo de todos � essencial e que � necess�rio um contributo conjunto.

10. Os relat�rios que elaboramos destinam-se a contribuir para a melhoria dos manuais. Distinguimos os aspectos essenciais, cuja correc��o � obrigat�ria para sua certifica��o, dos aspectos secund�rios, de forma ou conte�do, em que fazemos propostas, mas n�o pretendemos impor escolhas. Estamos sempre dispon�veis para esclarecer os nossos coment�rios e avan�ar sugest�es.

Orientados por este conjunto de princ�pios, esperamos contribuir para a melhoria dos manuais escolares e, por este meio, para a melhoria do ensino da Matem�tica em Portugal.
Miguel Tribolet de Abreu (Presidente da SPM), Carlos Grosso (Coordenador do Centro de Avalia��o)