Ruben Oliven, editor-chefe de Horizontes Antropológicos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.
Arlei Sander Damo, editor de Horizontes Antropológicos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.
Cristiane Miglioranza, jornalista, assistente editorial de Horizontes Antropológicos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.
Durante esta Semana Especial, abordamos as contribuições das Ciências Sociais, em especial as da Antropologia, para o entendimento da pandemia da Covid-19 e para a compreensão de seus múltiplos lugares, vivências e efeitos. Nesse sentido, o número especial Covid-19. Antropologias de uma Pandemia foi pensado de forma a contribuir para um entendimento mais amplo do momento que estamos vivendo desde março de 2020 e para auxiliar na formulação de ações de enfrentamento mais eficazes. Apresentamos, ainda, os debates que vêm ocorrendo no campo da Antropologia da Criança, bem como a preocupação das e dos pesquisadores em contribuir para políticas públicas mais eficientes em relação à infância. Também tratamos de assuntos que são muito requisitados por nosso público autor e leitor: a dinâmica por trás da elaboração de nossas capas e o funcionamento do Espaço Aberto, seção dedicada ao que há de mais inovador, recente e instigante em nossa área.
Neste texto de fechamento, não podemos nos furtar de discutir a pauta da sustentabilidade. Assim como a maioria dos periódicos científicos no Brasil, nos preocupa o estrangulamento de recursos estamos vivenciando nos últimos anos (KELLNER, 2021). Atualmente mantemos nossas atividades com recursos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS e também com aportes do Programa de Apoio à Edição de Periódicos (PAEP) da Pró-Reitoria de Pesquisa de nossa Universidade, que subsidia uma bolsa de assistência editorial e, até o final de 2020, garantia a impressão de nossos números. Em anos anteriores, contávamos com recursos do edital do CNPq para publicações científicas, o que não vêm ocorrendo nos últimos tempos.
Em nossa trajetória de 27 anos, nos especializamos em manter a qualidade de nossas publicações com um orçamento enxuto, mesmo com o alto nível de profissionalização de nossa equipe de editores e de apoio – composta por revisor/diagramador, assistente editorial e capista. Já começamos a sentir os cortes. A partir deste ano, não teremos mais nossa edição impressa, subsidiada pelo PAEP, por exemplo.
Somos uma revista responsiva aos desafios e mudanças. Desde 2018 instituímos o planejamento estratégico de nossa comunicação e divulgação e trabalhamos tanto para a manutenção de nossos indexadores como para a ampliação de nossas bases, visando maior alcance e diversificação de públicos. Também debatemos constantemente soluções que nos permitam continuar publicando sem termos de recorrer a expedientes como a Article Processing Charge (APC). É o caso da busca de recursos junto a instituições internacionais, em andamento. No entanto, assim como outras publicações científicas brasileiras, principalmente as das áreas de Humanidades, vemos nossas opções diminuírem a cada dia.
Somos uma revista Qualis A1. Realizamos diagnósticos internos para acompanhamento de impacto periodicamente. Atualmente, somos h14 no ranking do Google Scholar para o ano de 2020 e temos a perspectiva de chegarmos a h16 ainda neste ano, assim que o índice for atualizado. Temos recebido um número crescente de citações e a expectativa é de romper as 2.500 ainda em 2021, o que para as Ciências Humanas é um índice bastante expressivo. Nossa equipe também participa dos debates editoriais de nossa área no âmbito nacional e internacional. Estamos atentos e procuramos estar sempre atualizados em relação a critérios editoriais, éticos e técnicos.
Mantemos o espírito de resistência. Mesmo com as adversidades, em muito agravadas pela pandemia, trabalhamos para manter a periodicidade de nossos números e nosso cronograma de chamadas de artigos. Estreitamos nossos laços com nossas e nossas pareceristas, autores e leitores. Agradecemos a todas e todos por nos acompanharem durante esta Semana Especial e convidamos para que continuem conosco em nossas redes sociais.
Referências
KELLNER, A.W.A. Perspectivas sombrias para periódicos do Brasil [Publicado originalmente no editorial do vol. 93 no. 1 nos Anais da Academia Brasileira de Ciências] [online]. SciELO em Perspectiva, 2021 [viewed 07 July 2021]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2021/04/01/perspectivas-sombrias-para-periodicos-brasileiros/
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