Uma das estratégias utilizadas por colégios particulares para lidar com os efeitos prolongados da pandemia tem sido focar no acolhimento dos alunos, impactados pedagógica e emocionalmente durante o período de fechamento das escolas.
"Estamos iniciando o ano de 2024 com a sociedade e as famílias ainda bastante inseguras pelo tempo retido, principalmente em relação aos serviços educacionais", diz Eugênio Cunha, presidente da Federação Nacional de Escolas Particulares (Fenep).
A saída não é simples, mas passa por um olhar atento ao bem-estar emocional das crianças e dos adolescentes. "Fazemos com que sejam acolhidos em qualquer circunstância. Isso auxilia as famílias, porque elas sabem que os filhos não serão questionados se estudaram muito ou pouco durante a pandemia", afirma Sandra Miessa Di Genio, diretora-presidente do Grupo Objetivo.
Segundo Di Genio, há equipes formadas por professores, pedagogos, orientadores e psicólogos que promovem palestras e conversam com os alunos. Também fazem reuniões entre si para padronizar a atuação nas 14 escolas da empresa.
Frequentemente associado ao desempenho de seus alunos nos vestibulares, o Objetivo venceu pela sexta vez consecutiva a categoria de melhor colégio particular da pesquisa O Melhor de São Paulo. Do total de 1.008 pessoas ouvidas pelo Datafolha, 10% o mencionaram de maneira espontânea.
Di Genio atribui o resultado não só ao foco na preparação para o exame, mas à qualidade do ensino e do corpo docente e à tentativa de abranger talentos diversos.
"Somos voltados para o aluno super-habilidoso, mas também para aqueles [cujo objetivo vai] além de tirar notas 10 e ter um desempenho altíssimo no Enem."
Uma das estratégias de ensino do colégio —que, afirma Di Genio, vê a arte, a ciência e o esporte como pilares— tem como foco a interdisciplinaridade. Nas aulas de educação física dos níveis infantis, por exemplo, as crianças são estimuladas a mesclar movimentos corporais a aprendizados do dia a dia, como comparar o lançamento certeiro de uma argola em um cone a uma ação para eliminar o mosquito Aedes aegypti.
Livros interativos com realidade aumentada e aulas de robótica são outros recursos utilizados pelo Objetivo, que manteve a estrutura do ensino remoto após a pandemia para permitir que os alunos acompanhem as aulas mesmo fora da escola, em situações excepcionais.
Para Eugênio Cunha, a crise sanitária forçou as escolas a superar uma resistência antiga a incorporar a tecnologia aos projetos pedagógicos. Hoje em dia, defende o presidente da Fenep, é importante saber juntar diferentes ferramentas em favor dos alunos e dos professores, inclusive para ter o ensino alinhado às necessidades do mercado.
"Ter uma formação que não envolve tecnologias não é sensato", afirma Cunha, que é proprietário de uma escola em Vitória (ES) e professor de matemática e física. "Quem ensina não é mais apenas detentor do conhecimento, agora é também mediador e orientador. Precisamos qualificar nossos profissionais continuamente", acrescenta.
COLÉGIO OBJETIVO
10% das menções
Fundação
1971
Unidades
14
Número de alunos
8.703
Número de funcionários
1.013
Faturamento
Não divulga
Crescimento
Não divulga
É uma escola de resultados, mas que também abrange todos os alunos nos seus talentos e complexidades
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