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Serra descarta investigar governo por metrô
Dilma usa suspeita sobre licitação para dizer que espera que "pelo menos desta vez" se investigue gestão tucana
Para o ex-governador,
"não há nada" contra o
Estado e acusação é só eleitoral; petista acusa PSDB de nunca apurar
DE RECIFE
DE BRASÍLIA
No mesmo dia em que o
candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse o governo de São Paulo não precisa ser investigado no caso
da licitação de lotes da linha
5 do metrô, sua adversária do
PT, Dilma Rousseff, foi irônica ao afirmar que espera que
"pelo menos desta vez" se investigue a gestão tucana.
"Não [precisa investigar a
gestão do Estado de São Paulo], porque não teve nada",
disse Serra, que acusou o governo federal de cometer irregularidades nas licitações.
"A propósito de concorrência acertada, quem faz isso publicamente e abertamente e nunca ninguém disse nada é o governo federal",
disse Serra, em Recife.
"Eles escolhem as empresas e depois fazem a concorrência já tendo combinado
como faria", completou.
Ele afirmou que a licitação
do metrô não ocorreu na sua
gestão e que foi anulada
"porque os preços não eram
bons". "O governo fez de novo -portanto defendeu- e
eles dizem agora que os vencedores já eram sabidos."
Serra atribuiu a denúncia
ao período eleitoral e disse
que "não precisa ser muito
adivinhão" para saber que
apenas duas empresas possuem o "tatuzão", equipamento de perfuração utilizado na obra em São Paulo.
"Mas, como é véspera de
eleição e falta assunto para
os petistas falarem de corrupção do nosso lado, eles ficam inventando, ficam fazendo cavalo de batalha em
torno disso", disse Serra.
"Enquanto isso, o tesoureiro do PT é réu num buraco
que fez para pequenos cooperados do Bancoop, que era
um banco de cooperativa habitacional que eles fizeram, e
passaram a mão em R$ 100
milhões de famílias médias,
de famílias modestas", disse,
referindo-se a João Vaccari.
O tucano reclamou das
pesquisas, que apontam vantagem para sua adversária.
"Não tem nada mais errado
no Brasil que pesquisas. Há
um uso e abuso no Brasil. Isso vai ter que ser revisto."
"SOLUÇÕES FÁCEIS"
Sempre em tom irônico,
Dilma insinuou que o governo tucano, que comanda São
Paulo há 16 anos, tem como
prática "não investigar" e encontrar "soluções fáceis".
"Eu acredito que, para
apurar as responsabilidades
e para não ser leviano fazendo acusações, acho que seria
importante, pelo menos desta vez, que eles abram sindicância, inquérito e vão apurar", afirmou, em Brasília.
A petista disse que o que
"marca a diferença de estilos
de governo é a forma como se
reage a denúncias".
"Um Estado, um governo
se mede pela capacidade que
ele tem de garantir que não
haja nada. É, em havendo,
tomar providência, impedir
que ocorra, investigar saber
quem é responsável e não
tentar soluções fáceis."
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