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CERCO A FABRICANTES DE ARMAS
Ao menos quatro cidades incluem a Taurus, que tem subsidiária no país, em processo coletivo
EUA processam empresa brasileira
MARCIO AITH
de Washington
A Forjas Taurus, maior fabricante de armas do Brasil, está sendo
processada por ao menos quatro
cidades dos EUA que querem reaver o dinheiro que gastaram com
serviços públicos usados para socorrer pessoas e impedir danos
materiais durante distúrbios provocados por armas de fogo.
As prefeituras de Miami (Estado
da Flórida), de Newark (Nova Jersey), de Chicago (Illinois) e de
Brigdeport (Connecticut) incluíram a fabricante brasileira e sua
subsidiária americana -a Taurus
International- nos processos coletivos que moveram contra fabricantes de armas nos EUA.
Esses processos fazem parte da
ofensiva jurídica de pelo menos 21
cidades norte-americanas contra a
indústria de armas do país.
Essas cidades querem obter de
volta o dinheiro que gastaram com
hospitais, polícia e bombeiros em
ocorrências motivadas por armas
de fogo. Elas foram estimuladas
pelos recente sucesso dos Estados
norte-americanos nas ações legais
contra a indústria do tabaco.
Ainda não existe nenhuma decisão na briga das cidades contra os
fabricantes de armas. No entanto,
ao incluírem a Taurus nos processos de indenização, essas cidades
revelam a importância do livre e
desregulamentado mercado norte-americano para as fabricantes
brasileiras.
O Brasil é o segundo maior exportador de revólveres para os
EUA. Em 1998, os fabricantes brasileiros venderam 133.270 unidades para esse país, número apenas
inferior às exportações austríacas
para os EUA, de 170.240. Esses dados são das autoridades alfandegárias norte-americanas.
O Brasil é o quarto maior fabricante de armas do mundo, mas
consome apenas 10% de sua produção. Embora não existam números especificando as vendas de
cada companhia brasileira para os
EUA, a Taurus, sediada em Porto
Alegre, e a Amadeo Rossi, com fábrica em São Leopoldo, são responsáveis por quase todo o comércio de armas com os EUA.
Sozinha, a Taurus controla 30%
do mercado norte-americano de
armas leves. Em 1982, a companhia inaugurou sua subsidiária
nos EUA, sediada em Miami. Mais
tarde, para facilitar suas vendas no
país, ela se juntou à Rossi para
constituir uma distribuidora única
para seus produtos, que recebeu o
nome de Braztech.
Juntas, as duas companhias disputam um mercado que absorve,
por ano, cerca de 1,7 milhão de armas. Segundo o Escritório de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo dos
EUA, metade dessas armas é produzida por fornecedores estrangeiros ou pelas subsidiárias nos
EUA desses fornecedores.
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