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CONFRONTO POLÍTICO
Partidos fazem hoje manifestação em Cacak; aumenta pressão por renúncia do presidente iugoslavo
Oposição a Milosevic prepara protesto
das agências internacionais
A oposição
política ao presidente iugoslavo, Slobodan
Milosevic, convocou para hoje
uma manifestação por sua renúncia na cidade de Cacak (180 km
ao sul de Belgrado, na Sérvia). O
ato acontece no momento em que
começa a se consolidar uma frente
ampla contra o governo.
A Aliança para a Mudança, que
congrega partidos oposicionistas,
promete organizar, a partir de 5 de
julho, uma série de protestos em
pelo menos 20 cidades do país.
O sínodo dos bispos da Igreja Ortodoxa Sérvia, uma das instituições mais fortes do país, também
já se pronunciou pela renúncia do
ditador iugoslavo (nacionalista e
socialista), no poder desde 1989.
Ontem, em cerimônia em memória ao 610� aniversário da derrota sérvia na Batalha de Kosovo , o patriarca sérvio Pavle 2� disse que Milosevic é o
grande responsável por tudo que
aconteceu em Kosovo.
Também ontem, cerca de 50 intelectuais sérvios enviaram uma carta a Milosevic, pedindo sua renúncia e a constituição de um governo
de "salvação nacional". "É seu dever moral, político e patriótico retirar-se e confiar o poder a um governo provisório de salvação nacional", diz o documento.
Além do desgaste do governo por
causa dos 78 dias de guerra contra
a Otan, parte dos iugoslavos teme
que o país, sob comando de Milosevic, continue isolado internacionalmente.
Os EUA e a Europa fazem planos
para ajudar financeiramente a reconstruir os Bálcãs. Afirmam, porém, que a Iugoslávia não receberá
dinheiro enquanto Milosevic continuar no poder.
Na semana passada, Washington
reforçou sua posição contra Milosevic ao anunciar que pagará recompensa de até US$ 5 milhões a
quem fornecer informações que
levem à prisão do presidente iugoslavo para que ele seja julgado
por crimes de guerra.
Teste da oposição
A manifestação de hoje, a primeira após decretado o fim do estado de guerra na Iugoslávia, deve
ser um teste para a oposição saber
com que força o governo pretende
reprimir os protestos públicos.
Espera-se que a polícia de Cacak
tente impedir a realização do ato,
mas seus organizadores prometem
enfrentá-la. "A manifestação ocorrerá mesmo se for proibida", afirmou Vladan Batic, líder do Partido
Democrata Cristão da Sérvia.
A única central sindical independente da Iugoslávia deve aderir aos
protestos de hoje. Seu líder, Dragan Milovanovic, disse que Milosevic se engana ao pensar que os
trabalhadores vão atender seus
chamados para reconstruir o país,
destruídos pelos bombardeios.
"Este regime deve saber que os
trabalhadores não vão mais trabalhar de graça para ele", declarou.
"A União (sindical) vai se unir ativamente à luta contra o regime."
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