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ARGÉLIA
Processo de paz isola extremistas do GIA
da Redação
O fundamentalismo islâmico
mostrou suas garras como alternativa de poder na Argélia, mas a
repressão sofrida com a reação da
elite detentora do poder e a radicalização de posições o levaram
para um impasse.
Apesar de alguns avanços, os
quase 30 anos de governo da
Frente de Libertação Nacional
após a independência da Argélia
em 1962 não levaram à solução do
grande déficit social do país
-hoje o 109� no ranking de desenvolvimento da ONU (que tem
174 países).
Com isso, e com a fossilização
da classe dominante amparada
pelos militares, surgiu terreno fértil para o fundamentalismo. Em
1991, nas eleições de dezembro, a
FIS (Frente Islâmica de Salvação)
ganhou de forma esmagadora.
O establishment não gostou e
simplesmente anulou o pleito, banindo a FIS à ilegalidade. Daí surgiram ramos mais extremistas,
como o GIA (Grupo Islâmico Armado), e um confronto que matou quase 100 mil pessoas.
Tanto o GIA como paramilitares pró-governo massacraram
inocentes. Os islâmicos exportaram seu terror também para o outro lado do Mediterrâneo (no caso, a ex-colonizadora França).
Só em 96 o Ocidente abriu os
olhos e passou a pressionar por
mudanças. O novo presidente,
Abdelaziz Bouteflika, eleito em
abril, prometeu pacificar o país e
começou a soltar prisioneiros políticos -cerca de 5.000, mas não
os líderes.
Por sua vez, a FIS rompeu com
o GIA e quer se mostrar como alternativa viável de poder. Isso os
militares que comandam de fato o
país não querem -logo, ambas
as facções permanecem banidas.
Com isso, sem perspectiva de
real participação no poder, os
fundamentalistas moderados podem ser empurrados à violência
novamente. E os extremados devem permanecer nela.
(IG)
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