|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acordo no Quênia exclui dilema da partição do poder
Annan promete solução; texto prevê que comissão com estrangeiros investigue eleições de 2007, que culminaram em onda de violência
Posto de premiê pode ser solução para impasse e para conciliação nacional após conflitos étnicos deixarem mais de mil mortos no país
DA REDAÇÃO
Oposição e governo do Quênia concordaram em realizar
uma auditoria independente
dos resultados das eleições de
dezembro, mas ainda há impasse sobre a divisão de poderes,
informou ontem o ex-secretário-geral da ONU e mediador
do conflito Kofi Annan.
"O último passo, por mais difícil e assustador, será dado",
disse Annan a jornalistas, enquanto divulgava detalhes do
acordo fechado na véspera, aludindo à necessidade de um
acordo para repartir o poder.
As duas partes se comprometeram a redigir uma nova Constituição dentro de um ano para
conter violência desencadeada
em dezembro, quando a oposição acusou o governo de fraudar a eleição presidencial.
As negociações continuam
nesta segunda, com foco na divisão de poderes. A solução
criaria um posto de premiê, a
ser entregue à oposição.
"Nós temos apenas uma
questão pendente... a estrutura
de governo, que está sendo
muito discutida. Várias opções
foram apresentadas", diz o texto do acordo. Os negociadores
deverão agora consultar o presidente, Mwai Kibaki, e o líder
da oposição, Raila Odinga.
Annan insistiu que a formação de uma "grande coalizão" é
vital para assegurar as reformas na Constituição e a reconciliação dos quenianos, depois
da explosão de rivalidades étnicas no pós-eleição.
O acerto prevê que um comitê independente "investigue
todos os aspectos da eleição
presidencial de 2007". O órgão
será composto de especialistas
quenianos e estrangeiros. A
avaliação será anunciada em
até seis meses e seu texto divulgado duas semanas mais tarde.
O acordo também estabelece
reforma das leis eleitorais e das
instituições, além da criação de
uma Comissão de Reconciliação, Justiça e Verdade.
As Nações Unidas e vários
países condenaram os episódios de violência, em que mais
de mil pessoas foram mortas e
300 mil deixaram suas casas.
Antes da crise, o Quênia era tido como um dos países mais estáveis da África e aliado dos
EUA na "guerra ao terror" no
continente. Washington estuda a instalação no país de um
comando militar exclusivo para a região.
Com agências internacionais.
Texto Anterior: Líbano: Hizbollah já tem novo chefe militar Próximo Texto: Filipinas: Milhares pedem renúncia da presidente Índice
|