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DAGUESTÃO
Premiê fala em grande ofensiva
Rússia ameaça com ação na Tchetchênia
das agências internacionais
O premiê interino da Rússia,
Vladimir Putin, ameaçou ontem
realizar operações militares no
território da Tchetchênia durante
a ofensiva em curso contra os rebeldes separatistas do Daguestão.
O motivo é que a Tchetchênia
estaria servindo de base para os
rebeldes que pretendem criar um
Estado islâmico independente no
Daguestão.
"A Tchechênia faz parte do território russo e os ataques ocorrerão onde quer que se encontrem
os combatentes", disse Putin.
"Se a Rússia bombardear a
Tchetchênia, será o fim da carreira de Putin", disse o porta-voz da
Presidência da Tchetchênia,
Maierbek Vachagaiev.
Localizado na região do Cáucaso (sul do país), o Daguestão é
uma República de maioria islâmica que faz parte da Federação
Russa. Os conflitos na região se
intensificaram durante o último
fim-de-semana, quando rebeldes
islâmicos ocuparam pelo menos
três aldeias numa região montanhosa próxima à fronteira com a
Tchetchênia.
Este é o conflito interno mais
grave que a Rússia enfrenta desde
a guerra da Tchetchênia (94-96),
quando ao menos 40 mil pessoas
morreram. O conflito na Tchetchênia foi encerrado com um
acordo de paz, que, embora não
tenha concedido independência à
região, significou o fim da influência administrativa russa.
Mas o conflito no Daguestão
pode se ampliar para a Tchetchênia, pois o líder rebelde da guerra
tchetchena, Shamil Besaiev, assumiu o comando das operações
dos separatistas daguestaneses.
Vladimir Putin, que foi indicado para o cargo de premiê pelo
presidente Boris Ieltsin na última
segunda-feira, anunciou ontem
uma grande ofensiva contra os rebeldes do Daguestão.
"Faremos tudo o que estiver ao
nosso alcance para colocar ordem
no Daguestão o quanto antes",
disse. Segundo os russos, os separatistas islâmicos são cerca de
1.200. Os rebeldes afirmam ter
mais de 3.000 combatentes.
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