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Vik Muniz cobre museu do Brooklyn com doces
DE NOVA YORK
Não é só com os quasi-cinemas de Hélio Oiticica e de Neville d'Almeida que o Brasil está
presente na cena cultural de Nova York. Desde o dia 1� uma das
maiores obras do fotógrafo brasileiro Vik Muniz enfeita a fachada do BAM -o Brooklyn
Museum of Arts.
Ali, na esquina das avenidas
Lafayette e Flatbush, a representação do museu cobre o local
enquanto este sofre uma reforma que deve durar pelo menos
até o meio do ano que vem. Explico: como todas as obras que
se prezem, esta também é coberta por tapumes para escondê-la.
Mas, sendo a obra um museu
e a cidade Nova York, Muniz foi
chamado para imaginar o seu
próprio tapume. Ele fez uma
imagem da frente do prédio e a
recriou com doces.
É o "CandyBAM", instalação
que usa confeitos, balas, pirulitos, pastilhas, chocolate e o que
mais estivesse na cabeça do
mais premiado fotógrafo brasileiro no exterior.
Acostumado a utilizar materiais comestíveis como chocolate, açúcar, molho de tomate e
até pimenta para criar imagens
que fotografa e que são vendidas por milhares de dólares para
colecionadores nos EUA e na
Europa, Vik Muniz desta vez
pensou grande: seu painel tem
cem metros de comprimento
por 20 de altura.
Sua idéia era transformar a fachada do museu numa casa de
doces típica dos contos de fadas
dos irmãos Grimm, uma das leituras preferidas do artista. O
"CandyBAM" foi bancado pelo
BAM em conjunto com o Public
Art Fund, entidade nova-iorquina que patrocina projetos de
arte pública há 25 anos.
O BAM é o centro cultural ainda em atividade mais antigo dos
Estados Unidos. Sua sede original foi erguida em 1861 e destruída por um incêndio no começo do século passado. O edifício atual é de 1906 e a fachada
recebe sua primeira reforma em
94 anos. As obras, no entanto,
seguirão o projeto original do
arquiteto Henry Beaumont
Herts (1871-1933).
(SD)
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