DA REPORTAGEM LOCAL

Após derrotar Agustin Calleri ontem, Gustavo Kuerten fez questão de agradecer a torcida.
"Se fosse em outro país, eu não ganharia", afirmou o brasileiro, que apresenta em casa o excelente aproveitamento de 86,6%, contando somente os jogos de torneios de primeira linha da ATP.
Entre os 13 países em que Guga já foi campeão, o índice só é menor do que o da Nova Zelândia, onde só disputou dois torneios.
Além de empurrar Kuerten, a torcida na Bahia também consegue mexer com o adversário.
O próprio brasileiro disse que, além da chuva e do juiz, Calleri acabou perdendo a concentração antes da interrupção da partida anteontem por causa do público.
Durante o atendimento médico que recebeu antes da suspensão da final, o argentino chegou a discutir com Guga sobre as ofensas que supostamente vinha recebendo da torcida brasileira.
Na hora do discurso pelo vice-campeonato, Calleri afirmou que Kuerten é sempre respeitado na Argentina, mas que o mesmo não aconteceu com ele na Bahia.
Quando disputou a final do Torneio de Buenos Aires em 2001 contra o local Jose Acasuso, a torcida gritava "Aflojá Guga" (algo como "facilita Guga").
Ontem, o brasileiro foi diplomático e pediu palmas para Calleri, "que é meu amigo", e pediu desculpas ao técnico do rival, o também argentino Luis Lobo.
Não foi a primeira vez que adversários de Kuerten na Costa do Sauípe reclamaram do público.
No ano passado, o alemão Rainer Schuettler, algoz do brasileiro na semifinal, foi chamado de "chucrute", xingado com palavrões e disse não se lembrar de nenhum lugar onde a torcida se comportasse dessa maneira.
Em 2002, o argentino Guillermo Coria também reclamou das atitudes do público. Nenhum dos dois voltou a disputar o torneio.
Apenas na edição de estréia do evento da Costa do Sauípe, em 2001, o último adversário de Kuerten não reclamou da torcida.
Naquele ano, Guga foi eliminado na estréia por seu compatriota Flávio Saretta. (FI)

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