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BALANÇO
Açúcar e carne puxam exportações
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O lema "exportar ou morrer",
conclamado pelo presidente da
República, Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), no ano passado,
fez com que o setor agropecuário
acumulasse a marca de 40,9% do
total de exportações em 2001, segundo dados atualizados recentemente pela Secex (Secretaria de
Comércio Exterior).
Dos principais produtos, açúcar
e carne, tiveram os melhores desempenhos.
Foram enviadas ao mercado externo 11,3 milhões de toneladas de
açúcar em 2001, 71,2% a mais que
no ano anterior.
A carne somou 2,1 milhões de
toneladas exportadas, contra 1,45
milhão de toneladas em 2000.
A citricultura, principal atividade econômica em mais de 300
municípios de São Paulo e de Minas Gerais, também registrou um
bom desempenho.
As frutas brasileiras trouxeram
US$ 214 milhões ao país no ano
passado, segundo o Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas).
O valor é quase o dobro da receita obtida há três anos, US$ 119
milhões.
O setor de insumos agropecuários também registrou crescimento de 4,16% em 2001.
A receita dos agronegócios acumulou US$ 19 bilhões no ano passado -28,4% a mais do que em
2000-, com volume exportado
de 55 milhões de toneladas.
Gastos com importação caíram
16,3%, passando de US$ 5,2 bilhões para US$ 4,4 bilhões.
Destaque negativo
O café e o suco de laranja foram
o destaque negativo na pauta das
exportações agropecuárias brasileiras.
O aumento nos estoques mundiais de café manteve os preços
externos baixos, com redução de
22,55% no valor exportado do
produto.
O suco de laranja acumulou
queda de 20,28% nas exportações,
em relação a 2000.
Previsão
"O ano passado foi excepcional,
mas 2002 não deve ser muito animador. Continuamos com um cenário de preços suprimidos", analisa o chefe do Departamento de
Comércio Exterior da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Antônio Donizete Beraldo.
Segundo ele, o desempenho nas
exportações brasileiras é resultado de uma soma de fatores que
não devem se repetir.
Entre eles estão a crise argentina
e a doença da vaca louca, que atingiu a Europa no ano passado e
ajudou a impulsionar as exportações brasileiras de carne.
A quantidade exportada de carne brasileira gerou US$ 2,9 bilhões em vendas externas.
Outro fator foi o aumento da
produção de grãos, que alcançou
98,5 milhões de toneladas no ano
passado.
O número representa um crescimento de 18,38% em relação a
2000, segundo dados do IBGE
(Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Mais protecionismo
Em setembro, a agricultura brasileira também deve sofrer impacto com a nova lei agrícola norte-americana.
Segundo Donizete, a nova
"Farm Bill" pode gerar investimentos de US$ 172 bilhões em
proteção para o setor, nos próximos dez anos.
A nova lei quer instituir programas de conservação ambiental,
que devem retirar do processo
produtivo em torno de 40 milhões
de acres de áreas consideradas
frágeis.
Os produtores rurais norte-americanos receberiam um pagamento para a conservação e manejo de terras em uso produtivo.
(TATIANA UEMURA)
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