São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2004

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RIO

Ordens partiriam do presídio Bangu 3, onde há restrições severas aos presos

Ataque à polícia é represália à linha dura, diz Garotinho

TATIANA SCHNOOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ataques contra a polícia do Rio e uma falsa blitz deixaram dois mortos e quatro feridos no fim de semana. Em nota, o secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, disse que essas ações partiram de presos de Bangu 3, todos ligados à facção criminosa Comando Vermelho, em represália ao novo regime disciplinar implantado na unidade.
A secretaria listou quatro ataques diretos a policiais, além de um assalto, uma tentativa de seqüestro e uma falsa blitz. Essas ações teriam sido ordenadas pelos presos. Ontem, à noite, houve ainda troca de tiros entre policiais e traficantes que fechou por dez minutos a Linha Vermelha.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) afirmou que "não abre mão da manutenção do novo regime disciplinar". Desde dezembro do ano passado, os presos só podem sair da cela para tomar banho de sol um vez por semana e estão proibidos de receber visita íntima, assistir televisão e ouvir rádio. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, são medidas de segurança devido às obras de reforma na unidade.
Garotinho determinou na tarde de ontem ao comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, o reforço da segurança dos policiais militares que atuam no patrulhamento. Agora, os carros policiais circularão em duplas, principalmente à noite e de madrugada.
O caso mais grave foi o do cabo Erasmo Fernando da Silva, 31, que morreu em uma troca de tiros com um grupo de motoqueiros na Cidade Alta (zona norte), no fim da noite de sexta-feira. Ele estava num veículo da PM.
Na madrugada de ontem, dois policiais militares foram baleados durante um patrulhamento, em uma emboscada armada por traficantes do morro do Tuiuti, em São Cristóvão (zona norte).
Em Campinho (zona norte), um carro da delegacia foi atacado no acesso ao morro do Sereno (zona norte). Outro veículo da PM teve o vidro traseiro estilhaçado por tiro disparado por traficantes na Central do Brasil (centro). Os dois casos ocorreram na sexta-feira.
A polícia suspeita ainda da atuação dos presos em casos em que a polícia tentou impedir um assalto e um seqüestro. No sábado, um carro do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais trocou tiros com criminosos na av. Brasil. Os bandidos estavam em um carro roubado, em tentativa de seqüestro relâmpago. Ontem, após tentarem roubar um posto de gasolina, os assaltantes dispararam contra PMs, no bairro do Méier.



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