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RIO
Ordens partiriam do presídio Bangu 3, onde há restrições severas aos presos
Ataque à polícia é represália à linha dura, diz Garotinho
TATIANA SCHNOOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ataques contra a polícia do Rio
e uma falsa blitz deixaram dois
mortos e quatro feridos no fim de
semana. Em nota, o secretário de
Segurança Pública, Anthony Garotinho, disse que essas ações partiram de presos de Bangu 3, todos
ligados à facção criminosa Comando Vermelho, em represália
ao novo regime disciplinar implantado na unidade.
A secretaria listou quatro ataques diretos a policiais, além de
um assalto, uma tentativa de seqüestro e uma falsa blitz. Essas
ações teriam sido ordenadas pelos presos. Ontem, à noite, houve
ainda troca de tiros entre policiais
e traficantes que fechou por dez
minutos a Linha Vermelha.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) afirmou que "não
abre mão da manutenção do novo regime disciplinar". Desde dezembro do ano passado, os presos
só podem sair da cela para tomar
banho de sol um vez por semana e
estão proibidos de receber visita
íntima, assistir televisão e ouvir
rádio. Segundo a Secretaria de
Administração Penitenciária, são
medidas de segurança devido às
obras de reforma na unidade.
Garotinho determinou na tarde
de ontem ao comandante-geral
da PM, coronel Renato Hottz, o
reforço da segurança dos policiais
militares que atuam no patrulhamento. Agora, os carros policiais
circularão em duplas, principalmente à noite e de madrugada.
O caso mais grave foi o do cabo
Erasmo Fernando da Silva, 31,
que morreu em uma troca de tiros
com um grupo de motoqueiros
na Cidade Alta (zona norte), no
fim da noite de sexta-feira. Ele estava num veículo da PM.
Na madrugada de ontem, dois
policiais militares foram baleados
durante um patrulhamento, em
uma emboscada armada por traficantes do morro do Tuiuti, em
São Cristóvão (zona norte).
Em Campinho (zona norte), um
carro da delegacia foi atacado no
acesso ao morro do Sereno (zona
norte). Outro veículo da PM teve
o vidro traseiro estilhaçado por tiro disparado por traficantes na
Central do Brasil (centro). Os dois
casos ocorreram na sexta-feira.
A polícia suspeita ainda da atuação dos presos em casos em que a
polícia tentou impedir um assalto
e um seqüestro. No sábado, um
carro do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais trocou tiros
com criminosos na av. Brasil. Os
bandidos estavam em um carro
roubado, em tentativa de seqüestro relâmpago. Ontem, após tentarem roubar um posto de gasolina, os assaltantes dispararam
contra PMs, no bairro do Méier.
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