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Painel
RENATA LO PRETE - [email protected]
Contra o PAC
As duas principais centrais sindicais do país usarão
suas festas de 1� de Maio amanhã, em São Paulo, para
protestar contra um dos pilares do PAC, o projeto de
lei complementar que corrige os gastos do governo
com a folha dos servidores pela inflação mais 1,5%.
A CUT, aliada de primeira hora de Lula, pede a retirada imediata do projeto. "A proposta não é para valorizar o funcionalismo, e sim para sinalizar ao mercado
que haverá controle de gastos públicos", diz Artur
Henrique, presidente da central. "É um dispositivo
para reprimir novas contratações", afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força
Sindical. Além dos discursos nas festas de amanhã, as
centrais preparam novos protestos contra a medida.
Quem diria. Inquietos
com a demora nas nomeações
do segundo escalão, deputados do PMDB falam com saudade de Tarso Genro. Alegam
que o petista, hoje ministro da
Justiça, "resolvia mais" do
que Walfrido dos Mares Guia,
seu sucessor, as pendências
da coordenação política.
Linha direta. Já um petista graúdo acha que o problema de Mares Guia é outro. Como Lula andou negociando diretamente alguns cargos, os
presidentes dos partidos aliados dão pouco valor às tratativas com o intermediário.
Fica frio. A direção do Ipea,
que tem sede no Rio de Janeiro, será chamada a Brasília
para uma conversa tranqüilizadora. O governo pretende
deixar claro que não existe intenção de abrir as portas do
instituto para indicações do
PRB, partido do futuro ministro de Ações de Longo Prazo,
Roberto Mangabeira Unger.
Mesma língua. Embora
não tenha participado da escolha, Tarso Genro é um dos
mais entusiasmados, dentro
do governo, com a escalação
de Mangabeira Unger para o
primeiro escalão de Lula.
Virada. Senadores contrários à redução da maioridade
penal atribuem sua aprovação
na CCJ à manobra do relator
Demóstenes Torres (PFL-GO) de incluir de última hora
no texto itens da proposta de
Tasso Jereissati (PSDB-CE),
mais branda, o que teria "confundido" os tucanos. No plenário, dizem, será diferente.
À mão. As prestações de
contas dos partidos, que têm
de ser entregues até hoje ao
TSE, serão examinadas pelo
tribunal no arcaico formato
de livros. Esbarrou em dificuldades técnicas a tentativa
de desenvolver um software
para uso de todas as siglas.
Reestréia. A compra e a manutenção do Aerolula devem
entrar na pauta da oposição
na CPI do Apagão Aéreo. Os
adversários de Lula dizem
que o processo de aquisição
do Airbus presidencial poderá
explicar como se dá a relação
do governo com o setor aéreo.
Sem chance. A banda governista que defendia acordo
para entregar à oposição um
dos dois postos de comando
da CPI mudou de idéia ao
concluir que, no campo adversário, o controle passou do
PSDB para o DEM. E com os
ex-pefelistas, notadamente os
da Câmara, o PT acredita que
não dá para combinar nada.
Eu, não. O PT tem em mãos
cinco "propostas de equipe"
para ocupar seus oito postos
na CPI. A dificuldade do partido está em convencer os deputados a abraçar o ônus de
defender o governo depois de
todo o desgaste da crise aérea.
Pega leve. Ex-presidente
da Infraero, o deputado Carlos Wilson (PT-PE) procurou
colegas da base aliada na semana passada para reiterar o
pedido de não ser transformado em protagonista na CPI.
Na véspera 1. Um dos organizadores da visita do papa
a São Paulo, José Carlos Stangarlini ligou para lideranças
do Congresso a fim de pedir a
revisão da decisão de não
transformar em feriado nacional o dia 11 de maio, quando Frei Galvão será canonizado por Bento 16 na capital.
Na véspera 2. Ligado à
CNBB e primeiro suplente do
PSDB na Câmara, Stangarlini
alega que a chegada à capital
de caravanas de todo o país
deverá transformar a sexta-feira da semana que vem num
caos para os paulistanos.
Tiroteio
"Para quem sabe do que uma pessoa de 16 anos é
capaz, a mudança é até conservadora, como
tudo neste grande país católico que é o Brasil".
Do senador WELLINGTON SALGADO (PMDB-MG), em defesa
da aprovação da redução da maioridade penal de 18 para
16 anos pela CCJ do Senado.
Contraponto
Astro pop
Em viagem ao Chile na semana passada, Lula foi recebido por Michelle Bachelet no palácio de La Moneda, sede do governo daquele país. Ao passar as tropas
em revista, dezenas de fotógrafos se
aproximaram e começaram a disparar
seus flashes sobre os dois presidentes.
-Assustou?-, perguntou o brasileiro.
-Não estou acostumada. Só uma vez vi
mais fotógrafos aqui do que hoje-, comentou a chilena.
-Qual era o presidente?-, quis saber Lula.
-Não era presidente, não. Era a Shakira!
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