São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Painel

VERA MAGALH�ES - [email protected]

Vai que dá

Renan Calheiros (PMDB-AL) orientou sua tropa no Conselho de Ética a não pedir vista nem apresentar voto em separado ao pedido de cassação feito por Jefferson Péres (PDT-AM) no caso da suspeita de uso de laranjas para comprar veículos de comunicação.
O sinal verde do presidente licenciado, que já havia concordado com a intenção do interino Tião Viana (PT-AC) de levar o processo ao plenário na próxima quinta-feira, deve-se à aritmética: Renan estima ter votos suficientes para escapar mais uma vez. Ele diz a colegas que sabe como desmontar o relatório de Péres, em seu entender "fraco" e "não-conclusivo". Insistirá na tecla, martelada ontem pelo porta-voz Almeida Lima (PMDB-SE), de que a inelegibilidade por 15 anos equivaleria a uma "pena de morte política".

Chamada. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), procurou um a um os tucanos titulares ou suplentes no Conselho de Ética e pediu que não viajassem, para garantir quórum à votação dos processos remanescentes contra Renan.

Sob nova direção. Na primeira votação do Conselho pós-licença de Renan, a secretária-geral da Mesa do Senado, Cláudia Lyra, que vinha pilotando todas as reuniões do órgão, não apareceu.

Miudezas. De Wellington Salgado (PMDB-MG) para Fátima Cleide (PT-RO), estimando o preço para aprovar a CPMF no Senado: "Vai ter de dar um asfaltinho aqui, um chinelinho novo ali...".

Barreira. O governo se agarra ao fato de que o PSDB não fechou questão contra a CPMF para garimpar votos de senadores do partido mais receptivos à negociação. Ciente dessa zona de perigo, a ala tucana radical no combate ao imposto bate o pé para que a sigla oficialize o "não".

Recarregar. Dilma Rousseff, recentemente hospitalizada em razão de uma diverticulite, vai tirar dez dias de férias a partir de hoje. Por recomendação médica e também de Lula, segundo quem a ministra da Casa Civil deve se poupar e diminuir o ritmo.

A reboque. Só 15 dos 144 projetos que se tornaram lei este ano foram de iniciativa de deputados e senadores, diz levantamento do PSOL.

O céu é o limite 1. As emendas apresentadas pelos deputados estaduais paulistas ao Orçamento-2008 somam quase R$ 53 bilhões, o equivalente a algo como 70% dos gastos previstos na peça elaborada pelo Executivo (cerca de R$ 76 bilhões, já descontadas as transferências constitucionais para os municípios).

O céu é o limite 2. O maior beneficiário da bondade dos parlamentares é, disparado, o Tribunal de Justiça de SP, que mereceu emendas num total de mais de R$ 18 bilhões. O valor da suplementação reivindicada pelos deputados para o TJ-SP supera os gastos previstos pelo Executivo para as secretarias da Saúde e da Segurança somadas.

Veteranos. O Supremo decidiu que só pode ser eleito presidente de TJ um dos três membros mais velhos do tribunal. Os outros dois devem ocupar a vice e a corregedoria.

Vota e confirma. Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, fala hoje no Chile sobre a tecnologia da urna eletrônica brasileira, dentro de conferência dos países da região a respeito do processo eleitoral.

Cadeira vazia. Até adversários reconhecem que Ricardo Berzoini se deu bem ao evitar o debate em Salvador entre candidatos à presidência do PT. Os concorrentes José Eduardo Cardozo e Valter Pomar quase se engalfinharam.

Visita à Folha. João Carlos Duarte Paes, presidente da Abifibro (Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento) visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Roberta Provatti, da Yellow Comunicação.

Tiroteio

"Os aliados na Câmara fizeram o que o governo queria. A partir daí, alguém tem dúvida de quais Estados e municípios serão beneficiados pelos repasses do PAC no período eleitoral?"


Do deputado CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP), sobre a aprovação da medida provisória que permite ao governo liberar gastos do PAC durante a campanha de 2008 sem as restrições impostas pela legislação.

Contraponto

Trilha sonora

Na última reunião entre o ministro Guido Mantega e alguns senadores tucanos em busca de um acordo para prorrogar a CPMF, as conversas foram interrompidas por um intenso ruído de marretadas vindo do andar de cima.
O líder da bancada do PSDB, Arthur Virgílio, não perdeu a oportunidade de alfinetar o governo:
-Pelo jeito, o PAC aqui está a todo vapor.
O petista Aloizio Mercadante rebateu:
-Nada disso! Esse barulho todo foi encomendado pelos outros senadores tucanos. Eles estão fazendo qualquer negócio para azedar o clima das negociações...


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