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Líderes criticam candidatura
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A eventual candidatura do ex-presidente Fernando Collor à Prefeitura de São Paulo no próximo
ano é vista como "aventura" e
"provocação" por líderes partidários.
O líder do governo na Câmara,
deputado Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), afirmou que o ex-presidente não terá coragem de se
candidatar por São Paulo. "Ele
não tem chance alguma em São
Paulo. Ele vai tomar uma surra.
Será uma derrota contundente."
Segundo o líder, isso é "onda"
do ex-presidente para ocupar espaço na mídia. Madeira disse
também que Collor não tem identidade política com São Paulo.
"É um pára-quedismo aventureiro. Ele quer se reinserir na política por São Paulo. Se ele partir
para essa aventura, a população
de São Paulo, já vacinada com o
malufismo e com o prefeito Celso
Pitta, estará pronta para repudiá-lo politicamente", disse José Genoino (SP), líder do PT na Câmara.
O deputado disse ainda que
uma eventual candidatura de Collor "é provocação ao povo e ao
país". Genoino disse que haverá
uma discussão jurídica a respeito
da possibilidade de o ex-presidente vir a se candidatar nas próximas eleições.
O líder petista argumentou que
o direito de concorrer às eleições
está diretamente ligado ao direito
de exercer o cargo. Collor, que é
filiado ao PRN, perdeu os direitos
políticos em 1992 e não pode assumir funções públicas até 28 de
dezembro de 2000. Caso decida se
candidatar, terá de conseguir juridicamente concorrer às eleições
cerca de três meses antes do fim
de sua punição.
Collor afirmou anteontem à Folha, em Maceió (AL), durante sua
festa de aniversário, que está estudando a possibilidade de transferir o seu título eleitoral para São
Paulo e disputar a prefeitura nas
próximas eleições.
O ex-presidente disse que foi
convidado por alguns partidos,
mas não revelou quais. A Folha
apurou que Collor constituiu advogado para montar a estratégia
jurídica para a sua candidatura.
O líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), disse que
Collor está articulando com o deputado José Carlos Martinez
(PTB-PR), presidente do partido,
sua filiação no PTB. A intenção de
Collor, diz Jefferson, é chegar à
Presidência da República em
2002.
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