São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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Líderes criticam candidatura

DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília

A eventual candidatura do ex-presidente Fernando Collor à Prefeitura de São Paulo no próximo ano é vista como "aventura" e "provocação" por líderes partidários.
O líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), afirmou que o ex-presidente não terá coragem de se candidatar por São Paulo. "Ele não tem chance alguma em São Paulo. Ele vai tomar uma surra. Será uma derrota contundente."
Segundo o líder, isso é "onda" do ex-presidente para ocupar espaço na mídia. Madeira disse também que Collor não tem identidade política com São Paulo.
"É um pára-quedismo aventureiro. Ele quer se reinserir na política por São Paulo. Se ele partir para essa aventura, a população de São Paulo, já vacinada com o malufismo e com o prefeito Celso Pitta, estará pronta para repudiá-lo politicamente", disse José Genoino (SP), líder do PT na Câmara.
O deputado disse ainda que uma eventual candidatura de Collor "é provocação ao povo e ao país". Genoino disse que haverá uma discussão jurídica a respeito da possibilidade de o ex-presidente vir a se candidatar nas próximas eleições.
O líder petista argumentou que o direito de concorrer às eleições está diretamente ligado ao direito de exercer o cargo. Collor, que é filiado ao PRN, perdeu os direitos políticos em 1992 e não pode assumir funções públicas até 28 de dezembro de 2000. Caso decida se candidatar, terá de conseguir juridicamente concorrer às eleições cerca de três meses antes do fim de sua punição.
Collor afirmou anteontem à Folha, em Maceió (AL), durante sua festa de aniversário, que está estudando a possibilidade de transferir o seu título eleitoral para São Paulo e disputar a prefeitura nas próximas eleições.
O ex-presidente disse que foi convidado por alguns partidos, mas não revelou quais. A Folha apurou que Collor constituiu advogado para montar a estratégia jurídica para a sua candidatura.
O líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), disse que Collor está articulando com o deputado José Carlos Martinez (PTB-PR), presidente do partido, sua filiação no PTB. A intenção de Collor, diz Jefferson, é chegar à Presidência da República em 2002.


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