São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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Funcionários do BC fazem ato contra Armínio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Funcionários do Banco Central ligados ao PT e ao sindicato que os representa divulgaram ontem dois manifestos em "ato de repúdio" a declarações dadas pelo presidente do BC, Armínio Fraga, na última quarta.
Cópias dos documentos foram distribuídas a quem passava em frente à sede do BC, em Brasília. Organizadores da manifestação estimaram que 200 pessoas assistiram ao protesto.
Na entrevista, convocada pelo BC, Armínio cobrou do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem mencioná-lo diretamente, que tornasse mais claras suas propostas econômicas. Armínio deu a entender que o mercado só se acalmaria se Lula se manifestasse.
"Existe um clima de medo de que não se vai prosseguir numa trajetória de responsabilidade fiscal e transparência, medo de que não haverá um compromisso firme com a taxa de inflação baixa", disse Armínio.
Suas declarações, dadas logo após almoço que teve com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com o ministro Pedro Malan (Fazenda) no Palácio da Alvorada, soaram como gesto político em favor do candidato do governo à Presidência, José Serra (PSDB).
José Ribamar Almeida, funcionário do BC, disse que Armínio fez papel de "moleque de recados" do governo. "Queremos repudiar essa atitude, de fazer terrorismo", discursou.
"Isso é terrorismo econômico para derrotar a classe operária, que vai chegar ao poder em 1� de janeiro", disse o deputado distrital Paulo Tadeu (PT).
A assessoria do BC não se manifestou sobre o assunto.


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