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PREVIDÊNCIA
Auxiliar de Dornelles é acusado de envolvimento em desvio de R$ 3 mi em 96
Assessor de ex-ministro é preso por fraude no INSS
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O assessor parlamentar do ex-ministro do Trabalho e deputado
federal Francisco Dornelles
(PPB), João Carlos Boechat Capita, 50, foi preso na manhã de ontem por policiais federais em sua
casa, localizada no Leme (zona sul
do Rio de Janeiro).
Capita foi uma das 22 pessoas
denunciadas pelo Ministério Público Federal sob a acusação de
envolvimento com uma fraude
ocorrida na gerência do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) em 1996. A fraude causou ao
órgão um prejuízo de cerca de R$
3 milhões.
Entre os denunciados, estão 11
funcionários do INSS e dez falsos
procuradores federais, que seriam encarregados de sacar o dinheiro referente ao pagamento de
benefícios.
Segundo informações da Deleprev (Delegacia de Prevenção e
Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal), Capita foi
o primeiro dos 22 denunciados a
ser preso.
À Folha, Dornelles disse ontem
que em abril, quando deixou o
Ministério do Trabalho, contratou Capita para trabalhar como
seu assessor na Câmara dos Deputados.
Dornelles acaba de ser reeleito
para mais um mandato de deputado federal. Ele foi o terceiro
mais votado no Rio - recebeu
219.012 votos.
O inquérito sobre as fraudes no
INSS foi aberto em 1997 e concluído no mês de julho deste ano. O
processo continua correndo em
segredo de Justiça.
Detenção
João Carlos Boechat Capita foi
levado para a carceragem Ponto
Zero, no bairro de Benfica (zona
norte do Rio de Janeiro). Ele responderá pela suposta prática dos
crimes de peculato e de formação
de quadrilha. A pena prevista pelo
Código Penal para os crimes de
que Capita é acusado vai de três
anos a 15 anos de detenção.
Força-tarefa
Desde abril de 2000, a força-tarefa de combate a fraudes previdenciárias no Rio de Janeiro
-formada por Polícia Federal,
Ministério Público e INSS- já
prendeu 130 pessoas sob acusação
de participar de golpes praticados
contra a Previdência. Outros 345
acusados foram indiciados. O total de benefícios fraudados pode
chegar a 60 mil. O valor das fraudes não foi divulgado.
Uma das quadrilhas desarticuladas atuava na gerência de Bangu
(zona oeste do Rio) e teria aplicaria um golpe que chegou a desviar
um valor aproximado de R$ 125
mil no INSS. Seis pessoas foram
presas nesse caso. A chefe da
agência foi demitida.
A força-tarefa atua em 120 investigações contra supostas fraudes cometidas contra o instituto
de previdência. A Deleprev tem
cerca de 5.000 inquéritos.
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