S�o Paulo, ter�a-feira, 15 de fevereiro de 1994
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"Carnaval do crach�" dura pouco em SP

DA FOLHA VALE

O "Carnaval do crach�", em S�o Lu�s do Paraitinga, durou poucos minutos. A tentativa da Comiss�o de Carnaval da cidade de organizar o Bloco do Encuca caiu por terra diante da multid�o que tomou conta das ruas do centro. A comiss�o restringiu o n�mero de participantes em 1, 5 mil, e todos identificados com crach�s.
Benito Euclides de Moura Campos, um dos organizadores do bloco, disse que a iniciativa de identificar os participantes do bloco com uso de crach� e a proibi��o do uso de m�scaras que cobrissem o rosto foi para tentar evitar o acidente ocorrido em 1993, quando oito meninas foram feridas nas n�degas durante o desfile do bloco. O caso ficou conhecido como "man�aco do estilete" que, segundo as v�timas, estava mascarado e com fantasia de bruxa.
A estimativa � de que pelo menos 10 mil pessoas estiveram na pra�a Dr. Oswaldo Cruz na noite de domingo. A cidade tem uma popula��o de 9, 8 mil habitantes.
Campos afirmou que a popula��o de Paraitinga deve repensar o rumo do Carnaval local. Segundo ele, o n�mero de pessoas foi t�o elevado que n�o foi poss�vel manter a organiza��o. Campos disse ainda que o Carnaval da cidade tomou dimens�es que fogem do controle: "A popula��o deve opinar sobre o futuro do Carnaval".
A Pol�cia Militar de Paraitinga n�o registrou ocorr�ncia de viol�ncia nos blocos durante os dois dias de Carnaval.
O bloco Encuca a Cuca fecha hoje o Carnaval de rua da cidade. A estimativa dos organizadores � que o n�mero de pessoas seja menor. Campos afirmou que o ponto alto do Carnaval � no domingo. Hoje, o desfile deve ficar por conta da popula��o local.
O bloco Encuca a Cuca desfila com bonecos de at� tr�s metros de altura, que retratam personagens macabros da crendice popular, como a Cuca, o Corvo, a Porca dos Sete Leit�es e o Lobisomem. Alguns bonecos fazem refer�ncia a mitos da cultura local, como o "Cabr�" e o Bicho-Pap�o.

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