Até a noite de quinta-feira (18), conheceremos os quatro semifinalistas da Copa do Brasil. Enquanto na Europa o foco principal são os campeonatos nacionais, no Brasil, cada vez mais, o foco está nas copas, a Libertadores, a do Brasil e a Sul-Americana.
A goleada do Flamengo sobre o Athletico, por 5 a 0, no Maracanã, com os dois times reservas, não tem nada a ver com o jogo desta quarta (17), em Curitiba. Se os titulares do Flamengo são claramente superiores, a diferença entre os times reservas é muito maior. Além disso, ninguém tem a vantagem de gols, e, em casa, o Furacão costuma ficar possesso.
Dos cinco gols no Maracanã, quatro saíram de escanteio. Os gols de bola parada são a cada dia mais frequentes, no Brasil e no mundo. É um avanço técnico, desde que não seja uma obsessão dos treinadores nem a única estratégia.
Os quatro gols ocorreram por méritos coletivos e individuais do Flamengo e por falhas do time paranaense. Nesses lances, além de ter zagueiros altos e bem posicionados, é necessário ter um jogador, que pode ser até um baixinho, na frente do adversário, para bloqueá-lo na corrida para tomar impulso e cabecear.
Dorival Júnior tem derrubado alguns clichês, antigos e modernos. Um é o de que jogadores reservas precisam repetir as posições dos titulares. No Flamengo, são duas equipes bem diferentes. O time reserva possui pontas abertos, que marcam e atacam, o que não existe na equipe principal.
Outro clichê é o de que treinadores precisam de um bom tempo para formar um ótimo conjunto. Dorival, rapidamente, acertou a equipe, ao escalar os jogadores nas posições certas. Mais importante que o tempo para entrosamento é colocar atletas com características que se completam.
Assim como em 2019, existe hoje uma euforia com o Flamengo, mas, se for eliminado da Copa do Brasil pelo Athletico, o que não será uma zebra, voltarão, o que não deveria acontecer, as críticas ao treinador e aos jogadores, ainda mais que o Flamengo está a nove pontos do Palmeiras no Brasileirão, embora a equipe esteja nas semifinais da Libertadores.
A mesma decepção pode ocorrer com o Fluminense. A equipe tem vantagem de um gol, mas nada está decidido contra o bom time do Fortaleza, no Maracanã. Se o Flu for eliminado, voltarão as críticas de que os trabalhos de Fernando Diniz têm tempo de validade, especialmente depois da derrota de 3 a 0 para o Inter.
Nesse jogo, Fernando Diniz aderiu à moda de poupar jogadores, ao substituir, quando o jogo ainda estava 1 a 0, os três melhores jogadores do meio para a frente, Cano, Ganso e Arias. Perdeu a chance de virar a partida. Poupar jogadores que têm problemas físicos é mais que necessário, mas poupar para evitar contusões e/ou porque haverá uma partida três dias depois é um exagero, ainda mais que o time estava bem no Brasileirão.
O São Paulo, com a vantagem de um gol sobre o América e, principalmente, o Corinthians, com a desvantagem de dois para o Atlético-GO, correm risco de ser eliminados na Copa do Brasil. As decepções seriam enormes.
O Corinthians, com a contratação de vários bons jogadores e de um técnico português bastante conhecido, achou que formaria logo uma grande equipe. O São Paulo tem boas possibilidades de ser campeão da Sul-Americana, mas será um título pouco comemorado, já que o clube e o ambicioso Rogério Ceni têm sonhos maiores. O desejo maior do técnico é a Copa do Brasil, título que falta ao São Paulo.
Tudo é incerto.
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