As perdas causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul terão mais impacto do que as do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), e serão percebidas por todos os setores da economia, segundo a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
Segundo a entidade, na tragédia em Minas Gerais, houve uma queda de 0,2% do PIB brasileiro, em 2019. Em valores atuais, isso representa R$ 20 bilhões.
"No Rio Grande do Sul, é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda maior para o PIB nacional," disse em nota.
Itens como arroz –o Rio Grande do Sul é o maior produtor do país–, derivados do leite e frutas como uva, pêssego e maçã já compõem a lista de itens que devem encarecer por conta da catástrofe.
No caso do arroz, mesmo com mais de 80% da safra já ter sido colhida, ainda não é possível saber se os estoques foram atingidos e se o restante da safra foi perdido.
No caso dos derivados do leite, a estimativa é de que os alagamentos dos últimos dias tenham levado o rebanho à morte.
Os animais sobreviventes ingeriram água sem qualidade e isso deve gerar impactos na produção subsequente do leite.
Além disso, os bloqueios de rodovias —inundadas ou destruídas— também serão um problema para a logística e escoamento dos produtos produzidos na região.
"A paralisação da indústria local, seja para o atendimento às famílias, seja por outros fatores, pode levar à falta de suprimentos de inúmeras outras indústrias que utilizam o aço, por exemplo, como matéria-prima", diz a FecomercioSP.
No turismo, além dos efeitos imediatos com a interrupção de viagens locais, o aeroporto Salgado Filho ficará fechado até o fim do mês, com voos cancelados até que as operações sejam restabelecidas. O aeroporto é responsável por 3% da movimentação de passageiros pelo Brasil.
Com Diego Felix
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