Rosto mais que conhecido da política nacional, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, contou a este colunista que a Gillette lhe ofereceu R$ 500 mil para retirar seu famigerado bigode. Ele ignorou os cifrões.
"Disse para eles que jamais tiraria meu bigode por dinheiro", explicou.
O papo surgiu no Programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda (15), e continuou após desligadas as câmeras.
Mercadante fez 50 anos de militância política este ano. Foi indagado por este colunista sobre por que nunca pensou em raspar o bigode.
Revelou ter desistido de concorrer a cargos eletivos, por exemplo, mas que, da sua marca registrada, não abre mão. É questão simbólica, que transcende a aparência.
"É uma forma de dizer o seguinte: passei por muitas coisas na vida, mudei muito, mas algumas coisas eu não entrego", explicou. "Tem princípios que a gente não negocia e não muda. Tem de ter coerência na vida e tem que ter compromisso."
São décadas de bigode, que em fama e longevidade talvez só concorra com o de José Sarney na cena política.
Sobre a proposta da Gillette, Mercadante não a situou no espaço e no tempo.
Disse que poderia até aceitá-la, nunca por dinheiro. Mas que seria como se despir de sua própria identidade: "Um guaraná jamais vai ser uma coca".
Com Diego Felix
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