Situações de violência podem surgir em pessoas acometidas por transtornos mentais delirantes, episódios em geral associados a um grande ônus social e financeiro.
Na quarta-feira (21), um jovem de 20 anos sequestrou um ônibus com 39 pessoas na ponte Rio-Niterói. Aos reféns disse “não quero os pertences de vocês, não quero machucar ninguém; só quero entrar para a história”.
Em nenhum momento o sequestrador foi violento, disseram os reféns, apesar de eles terem tido as mãos amarradas. Psicólogos da polícia presentes no local do sequestro concluíram que ele tinha traços psicóticos e era instável.
A família do jovem informou à polícia, após encerrado o sequestro com a sua morte, que ele era introspectivo, vivia na internet e que sofria de depressão.
A incidência internacional de transtornos psicóticos é de 26,6 por 100 mil pessoas/ano, segundo estudo da professora Hannah E. Jongsma e colaboradores, publicado na revista The Lancet Public Health de 2019.
A pesquisa mostra que as estimativas de incidência dessas alterações na atividade mental variam segundo características demográficas, geográficas e sociais.
A privação socioeconômica, a desigualdade e a instabilidade emocional estão associadas ao aumento da incidência dos transtornos psicóticos na população.
Os homens apresentam maior risco do que as mulheres e os homens jovens risco maior ainda, segundo o estudo.
A professora Hannah Jongsma destaca que os estudos sobre a incidência desses distúrbios em diferentes populações visam tanto entender a causa quanto promover o planejamento para respostas eficazes pelas autoridades da saúde mental pública.
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