Investigado por favorecer clube em troca de propina, o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha ficou em silêncio na sessão secreta convocada pela CPI das Apostas Esportivas do Senado, nesta segunda-feira (13).
Senadores ouvidos pela Folha afirmaram que, diante da falta de colaboração do depoente, vão aprovar requerimentos para a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático —além de pedir o envio de informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que investiga Cunha.
Glauber apitava partidas da quarta divisão do Campeonato Carioca até 2022. O CEO do Botafogo, John Textor, entregou à CPI um áudio atribuído ao ex-árbitro em que ele afirmava a um interlocutor que não havia recebido a propina acertada para favorecer um dos clubes em partida.
"Aos 16 minutos eu dei um pênalti pros caras. Entendeu? Aquele pênalti 50%? Eu dei, pô. Os caras, porra, bateram o pênalti na trave. E depois eu fiquei dando tudo para os caras. O pênalti que eu dei foi de agarra-agarra dentro da área. Depois ninguém se agarrou mais, não teve mais como. E a bola não quis entrar. Dei oito minutos de acréscimo no segundo tempo", dizia trecho do áudio atribuído a Glauber.
Durante a sessão secreta, a defesa do ex-árbitro afirmou que solicitou acesso à CPI dos documentos enviados por John Textor. Os advogados, porém, não haviam recebido a documentação sigilosa antes do depoimento —motivo do silêncio.
"Se for o caso, depois convocamos ele", disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE).
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