Lula é o epicentro da crise
Tensão se estende por todo o governo, e presidente está na raiz dos desgastes
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O governo Lula (PT) combinou com os russos uma saída diplomática para o espião que tentou criar uma rede de contraespionagem no Brasil. E, para evitar "constrangimentos", Serguei Alexandrovitch Chumilov deixou o país a pedido de Moscou graças a uma articulação com autoridades brasileiras.
Aqui, na Esplanada dos Ministérios, nem sempre as relações têm sido regidas pela diplomacia e discrição. Falta habilidade diplomática na condução da crise da Petrobras, cujo presidente, Jean Paul Prates, tem sido fritado a céu aberto por seus pares.
O mais recente incidente diplomático teve o ministro Fernando Haddad (Fazenda) como alvo. Convocado por Lula para uma reunião extraoficial no Palácio da Alvorada, o ministro cancelou compromissos em São Paulo para embarcar ainda na noite de domingo (7) para Brasília.
Lula, no entanto, cancelou o encontro —segundo aliados, por estar contrariado com o vazamento da existência da reunião. A Haddad, foi imposto um castigo.
O presidente não agiu com o mesmo rigor quando seu ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expôs suas críticas a Prates em entrevista à Folha.
Mesmo sob a ameaça de demissão, Prates levou as desavenças internas às redes sociais —atitude que irritou o presidente. Em mais um lance com potencial incendiário, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, contou a Prates que tinha sido sondado por Lula para o seu lugar.
Hoje, uma hipótese de permanência de Prates tem sido condicionada a exigências impostas por seus adversários de dentro do próprio governo. A tensão se estende para todo o governo. Haddad e Rui Costa (Casa Civil), por exemplo, já não escondem sua rivalidade, com queixas recíprocas de vazamento de informações.
Em todos esses episódios, há a participação do presidente. Lula está na raiz da crise da Petrobras.
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