Nem as geleiras do Ártico escaparam da poluição gerada pelo homem. Um novo estudo feito por pesquisadores do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, comparou a quantidade de microplásticos no Ártico com a do norte da Europa.
Segundo eles, apesar de o polímero ser mais abundante nos Alpes suíços e no norte da Alemanha, o Ártico apresenta concentração alta. A hipótese é que o vento tenha um papel importante na dispersão desses polímeros (pedaços de plástico com menos de 5 mm) para a região.
Os pesquisadores encontraram fibras de plástico em 20 das 21 amostras coletadas no Estreito de Fram, região que liga a Groenlândia a Svalbard (arquipélago da Noruega). O material utilizado para comparação foi coletado em neve no solo de Bremen e Heligolândia, na Alemanha, e Davos, Baviera e Tschuggen, na Suíça.
As partículas descobertas em blocos de gelo à deriva no Ártico eram muito pequenas, tinham, em média, 0,011 milímetro de comprimento. O tamanho, segundo os autores do estudo, é o que facilita o transporte atmosférico do polímero até as regiões mais distantes do planeta.
Os microplásticos são responsáveis por grande parte da poluição dos oceanos, contaminando a vida marinha e também a vida terrestre.
Isso acontece porque os peixes que chegam ao prato do seres humanos, por exemplo, podem ser contaminados pelos microplásticos quando se alimentam de seres menores, como os plânctons, que ingeriram o polímero.
Outros estudos indicam ainda que a inalação desses microplásticos —que têm produtos químicos em sua composição—, pode levar a riscos à irritação respiratória, inflamação, fibrose e até mesmo câncer de pulmão, devido a vida prolongada do material no organismo.
Em setembro de 2017, uma pesquisa da ONG Orb Media mostrou que há microplásticos também na água de torneira. De 159 amostras coletadas nos cinco continentes, 83% continham plástico.
Sem contar o lixo terrestre, os oceanos têm cerca de 300 milhões de toneladas de plástico, algo equivalente a 11 trilhões de garrafas plásticas de 500 ml. Estima-se, porém, que em 2030, essa quantidade dobrará.
Apenas 20% de todo o plástico produzido no planeta é reciclado. No Brasil, a reutilização não passa de 2%.
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