O Reflexo Do Estado Nutricional O REFLEXO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS NO TRATAMENTO E RECUPERAÇÃO

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O REFLEXO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS NO TRATAMENTO E

RECUPERAÇÃO: NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA

THE IMPACT OF THE NUTRITIONAL STATUS OF


CANCER PATIENTS ON TREATMENT AND RECOVERY:
NUTRITION AND ONCOLOGY
O REFLEXO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
PACIENTES ONCOLÓGICOS NO TRATAMENTO E
RECUPERAÇÃO: NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA

VACCILLOTTO, Ana Carolina; SOUTO FILHO, Sebastião Nilce;


MARTIN, Ricardo Lucio; TERRA, Rodrigo Aparecido; OLIVEIRA,
Rafaela Bergmann S.; MIRANDA, Lidiane Paula Ardisson; SILVA,
Danielly Beraldo dos Santos; SOUZA, Carolina Soares Horta de

ABSTRACT: Malignant neoplasms, especially those that


Ana Carolina Vaccillotto, UNIFENAS,
progress slowly, can be diagnosed late, causing intense
Brasil
catabolic changes in the patient, such as malnutrition and
Sebastião Nilce Souto Filho, UNIFENAS, Brasil cachexia. These changes are associated with increased
Ricardo Lucio Martin, UNIFENAS, Brasil postoperative morbidity and mortality and less tolerance to
surgical, chemotherapy and radiotherapy procedures.
Rodrigo Aparecido Terra, UNIFENAS, Brasil
Therefore, the objective of this study was to analyze the
Rafaela Bergmann S. Oliveira, UNIFENAS, relationship between the nutritional status of cancer patients
Brasil and their recovery and success in treating the disease
Lidiane Paula Ardisson Miranda, UNIFENAS, through a narrative literature review. The methodology of
this work was based on bibliographical research, using the
Brasil
databases: Scielo, Chochraine and Capes. After the initial
Danielly Beraldo dos Santos Silva, UNIFENAS, search, 47 articles were selected and used, dating from 1982
Brasil to 2015. The articles showed that it is important that the
Carolina Soares Horta de Souza, patient must be aware of the need for specialized nutritional
UNIFENAS, Brasil care and demand that the relevant nutritional guidelines be
included in their treatment. to your current difficulties. Only
professionals trained in clinical nutrition applied to
Revista Científica da UNIFENAS oncology will be able to correctly evaluate, diagnose and
Universidade Professor Edson Antônio Velano, Brasil treat these changes, considering the particularities of the
ISSN: 2596-3481
Publicação: Trimestral disease. In this sense, it is important that professionals
vol. 6, nº. 1, 2024 interested in managing cancer patients are aware of the need
[email protected] to acquire knowledge for success in their daily work.
Recebido: 29/01/2024
Aceito: 31/01/2024 KEYWORDS: Cancer, malnutrition, cachexia, nutrition.
Publicado: 01/02/2024
RESUMO: As neoplasias malignas, principalmente aquelas
cujo progressão é lenta, podem ser diagnosticadas tardiamente,
promovendo alterações catabólicas intensas no paciente, como a
desnutrição e caquexia. Essas alterações estar associadas com
aumento da morbimortalidade pós-operatória e menor tolerância
aos procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos e radioterápicos.
Desta forma, o objetivo deste estudo foi, analisar a relação do
estado nutricional de pacientes oncológicos com a sua
recuperação e sucesso no tratamento da doença por meio de
uma revisão narrativa de literatura. A metodologia deste
trabalho foi baseada em pesquisa bibliográfica, utilizando as
bases de dados: Scielo, Chochraine e Capes. Após a busca
inicial, foram selecionados e utilizados 47 artigos, datados de
1982 a 2015. Os artigos mostraram que é importante que o
paciente deve estar atento à necessidade de ter um atendimento

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nutricional especializado e exigir que em seu progressiva, anemia, anorexia, dor, náuseas, vômitos e
tratamento sejam incluídas as orientações nutricionais fadiga. Esses sintomas aumentam a morbimortalidade de
pertinentes às suas dificuldades do momento. Somente indivíduos com câncer e prejudicam sua qualidade de vida
profissionais com preparo em nutrição clínica aplicada (GARÓFOLO et al., 2004).
à oncologia poderá avaliar, diagnosticar e tratar Tendo em vista os dados epidemiológicos dos últimos anos
corretamente essas alterações, considerando as que apontam o câncer como uma grande epidemia mundial,
particularidades da doença. Neste sentido, é o objetivo deste estudo foi, analisar a relação do estado
importante que profissionais interessados no manejo nutricional de pacientes oncológicos com a sua recuperação
de pacientes com câncer estejam atentos à necessidade e sucesso no tratamento da doença por meio de uma revisão
de aquisição de conhecimentos para o sucesso no narrativa de literatura.
cotidiano de sua profissão.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer, desnutrição, 2 METODOLOGIA


caquexia, nutrição A metodologia deste trabalho foi baseada em pesquisa
bibliográfica, utilizando como instrumento de pesquisa
análise e interpretação de artigos e revistas. As bases de
1 INTRODUÇÃO dados consultadas foram Scielo, Chochraine e Capes. As
Caracterizada pela proliferação local palavras chaves utilizadas foram avaliação nutricional,
descontrolada de células anormais, o câncer é uma pacientes oncológicos, tratamentos nutricionais e nutrição
doença genética com invasão de estruturas em pacientes com câncer e os idiomas pesquisados foram
normais e disseminação à distância ou metástase em Português (BR) e Inglês. Foram utilizados ao todo 47
(ESTELLER; HERMAN, 2002). A oncogênese é artigos, datados de 1982 a 2015.
constituída de inúmeros processos complexos, que
envolvem o acúmulo de mutações no DNA do
hospedeiro. Estas mutações levam a alterações na 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
expressão ou função de genes-chave, proto-
oncogenes e genes supressores de tumor, para a 3.1 Transições nutricionais e epidemiologia do câncer
manutenção da homeostasia celular. As células Nas últimas duas décadas têm ocorrido nos países em
malignas são identificadas por sua ausência de desenvolvimento, o processo de transição epidemiológica e
respostas a impulsos que regulam o crescimento, nutricional. Tal processo é caracterizado pela modificação
causam diferenciação e suprimem a sua do perfil de morbimortalidade, com envelhecimento da
proliferação (LAI; SHIELDS, 1999). população, urbanização, mudanças socioeconômicas,
A etiologia do câncer está relacionada à interação alimentares e no estilo de vida. Dessa forma, verificou-se
entre fatores endógenos, como os genéticos e diminuição das doenças infecciosas e aumento na
ambientais. Dentre os fatores ambientais, prevalência e na incidência de doenças crônicas não
destacam-se a exposição à radiação, o uso de transmissíveis, como o câncer (CERVI; HERMSDORFF;
tabaco, a ingestão de álcool, a obesidade, o RIBEIRO, 2005).
sedentarismo e o consumo de nitritos e nitratos. As neoplasias apresentam alta incidência mundial, apesar
Por sua vez, a prevenção baseia-se na adoção de de grandes esforços para o seu diagnóstico precoce e
hábitos saudáveis de vida, com a prática regular tratamento (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).
de exercícios e alimentação saudável, rica em A distribuição da incidência e da mortalidade por câncer é
fibras, vegetais e frutas. de fundamental importância para o conhecimento
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, um terço epidemiológico e outros aspectos, desde etiológicos até os
da incidência mundial de câncer poderia ser fatores prognósticos envolvidos em cada tipo específico de
prevenido (INSTITUTO NACIONAL DE C neoplasia maligna (INSTITUTO NACIONAL DE C
NCER, 2008). As neoplasias malignas, NCER, 2005).
principalmente aquelas cujo crescimento é lento, Os estudos de mortalidade são muito utilizados para
levam maior tempo para serem diagnosticadas, descrição dos padrões de distribuição de câncer devido à
promovendo, consequentemente, alterações dificuldade de aquisição de informações sobre incidência e
catabólicas intensas no hospedeiro. a alta letalidade de muitas neoplasias. Esses estudos
Essas alterações podem culminar em caquexia, representam parcela considerável da produção científica na
desnutrição que apresenta uma incidência entre área de epidemiologia e saúde pública, possibilitando a
30% e 50% dos casos, podendo estar associada avaliação de tendências e correlações entre os padrões
com aumento da morbimortalidade pós-operatória observados e os fatores ambientais (NEVES; MATTOS;
e menor tolerância aos procedimentos cirúrgicos, KOIFMAN, 2005).
quimioterápicos e radioterápicos (FORTES; A perda de peso é comum em pacientes oncológicos e pode
NOVAES, 2006). ser indício de doença maligna. A desnutrição em tais
As manifestações clínicas do câncer dependem do pacientes é um processo multicausal relacionado a fatores
tipo e da localização do tumor. Os sinais e associados à doença, ao tratamento e à ingestão alimentar,
sintomas mais comuns são: perda ponderal assim como à condição econômica e social. A ingestão

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alimentar, o gasto energético, a absorção e O estado nutricional é um fator prognóstico (SILVA, 2006),
metabolismo de nutrientes (GARÓFOLO; além de ter uma significativa associação com as funções
LOPEZ; PETRILLI, 2005) as complicações orais, cognitivas, sociais, emocionais, psicológicas, qualidade de
a toxidade gastrintestinal e a nefrotoxicidade, vida e senso de bem-estar nos pacientes oncológicos
causada por drogas usadas no tratamento de (RAVASCO et al., 2004). Dessa forma, por meio da
neoplasias e infecções, são importantes na avaliação nutricional precoce, é possível estimar o risco
etiologia da desnutrição decorrente do câncer nutricional, a magnitude da desnutrição, determinar a
(GARÓFOLO, 2005). intervenção e educação nutricional adequada e,
Esses pacientes frequentemente apresentam consequentemente, melhorar ou manter o estado nutricional
desordens psicológicas como resultados das do paciente e sua qualidade de vida (HUHMANN,
incertezas sobre a doença, o diagnóstico e o CUNNINGHAM, 2005).
prognóstico. Esse estado psicológico está A avaliação do estado nutricional envolve o exame das
associado à depressão, afetando a ingestão condições físicas do indivíduo, crescimento e
alimentar (CERVI; HERMSDORFF; RIBEIRO, desenvolvimento, comportamento, níveis de nutrientes na
2005). urina, sangue ou tecidos e a qualidade e quantidade de
A perda de peso pode ser desencadeada ou nutrientes ingerida” (FAGIOLLI; NASSER, 2014).
potencializada durante a terapia antineoplásica
devido ao aumento dos efeitos colaterais 3.2.1 Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo
gastrintestinais como aversão alimentar, náuseas e Paciente
vômitos, além de problemas fisiológicos de Este método consiste de questionário com questões
mastigação e de deglutição. Os tumores do trato fechadas, voltadas à investigação das alterações de peso,
gastrintestinal podem, ainda, causar obstrução e ingestão alimentar, sintomas gastrointestinais e capacidade
levar ao impedimento físico à ingestão adequada funcional. A primeira parte do instrumento o próprio
de nutrientes, que implica diminuição da ingestão paciente responde e a segunda parte o profissional da saúde,
alimentar (SARHILL et al., 2004). Distúrbios responsável pelo indivíduo, preenche com informações
indiretos podem causar anorexia, incluindo referentes ao diagnóstico, estresse metabólico e exame
alterações na percepção de sabor e odor e físico para realização da classificação do estado nutricional
anormalidades no sistema nervoso central que em “bem nutrido (Estágio A)”, “moderadamente (ou
controla a ingestão de alimentos e a sensação de suspeita) desnutrido (Estágio B)” e “gravemente desnutrido
saciedade precoce (RIVADENEIRA et al., 1998). (Estágio C)”. Para classificação dos indivíduos nestas
Alterações nos padrões dietéticos e nutricionais da categorias devem-se seguir as recomendações propostas por
população brasileira de todos os estratos sociais e Ottery (1996) sendo considerado Estágio A aquele
faixas-etárias vêm sendo analisadas no processo indivíduo bem nutrido, sem perda de peso, Estágio B
da transição nutricional (SARTURI et al., 2014). quando o paciente apresentou perda de peso maior ou igual
Essa transição nutricional caracteriza-se pela a 5% em aproximadamente 1 ano e Estágio C na existência
redução nas prevalências dos déficits nutricionais de sinais significativos e evidentes de perda de peso.
e aumento expressivo de sobrepeso e obesidade
(NUNES et al, 2015). 3.2.2 Avaliação Subjetiva Global
A Avaliação Subjetiva Global (ASG) é método simples, de
3.2 Avaliação nutricional baixo custo, que pode ser realizado em poucos minutos à
Não existe um indicador ideal que isoladamente beira do leito (BARBOSA; SILVA, 2002). Baseia-se na
possibilite a avaliação do estado nutricional. história clínica, dietética e exame físico. São avaliadas as
Portanto, a escolha dos indicadores utilizados é de ingestões alimentar em relação ao padrão usual do paciente,
difícil definição e depende, entre outros fatores, redução da massa corporal nos últimos seis meses, alteração
do tipo de doença estudada e da disponibilidade e na ingestão dietética, presença de sintomas gastrintestinais e
da rotina do serviço (PAPINI-BERTO et al., capacidade funcional relacionada ao estado nutricional.
2002). Todos os pacientes oncológicos devem ser Além disso, avalia a demanda metabólica de acordo com
submetidos à triagem nutricional no momento da diagnóstico e perda de gordura subcutânea e muscular e
admissão e esta prática deve ser incorporada à presença de edema resultante da desnutrição e ascite
rotina clínica para ser efetiva (HUHMANN; (MONTEJO GONZALEZ JC, 2006). Niyongabo et al.
CUNNINGHAM, 2005). (2014), dizem que é essencial a padronização deste método
A avaliação nutricional fornece uma estimativa da essencialmente clínico, criando uma versão em forma de
composição corporal que ajuda a identificar os questionário, denominado avaliação subjetiva global ou
pacientes em risco de desnutrição induzida pelo avaliação nutricional subjetiva (ANS) do estado nutricional.
câncer e estima a magnitude da depleção
nutricional em pacientes que já estão desnutridos. 3.2.3 Inquérito Mini avaliação Nutricional
Perda de peso involuntária maior que 10%, em Fornece um método simples e rápido de identificação de
seis meses, significa déficit nutricional importante pacientes idosos que apresentam risco de desnutrição ou
e é um bom método para avaliar o prognóstico que já estão desnutridos. Identifica o risco de desnutrição
clínico (RIVADENEIRA et al., 1998). antes da ocorrência de mudanças de peso ou dos níveis de

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proteína sérica. O MNA pode ser preenchido intolerância a glicose é uma das primeiras alterações
periodicamente no ambiente comunitário e metabólicas nessa patologia. No entanto, a resistência à
hospitalar, ou em locais de cuidados de longo insulina não ocorre devido à desnutrição, mas parece estar
prazo (NIYONGABO et al., 2014). relacionada à presença do tumor (DODESINI et al., 2007).
O MNA foi desenvolvido pela Nestlé e por A maioria dos tumores sólidos produz grandes quantidades
geriatras de reputação internacional, sendo uma de lactato (BLAAUW; DEUTZ; MEYENFELDT, 1997),
das poucas ferramentas de controle validadas para que é convertido em glicose pelo fígado, num processo
os idosos. Tem sido bem validada em estudos conhecido como ciclo de Cori. A gliconeogênese, à custa de
internacionais nos mais diversos ambientes5-7, e lactato, utiliza moléculas de adenosina trifosfato (ATP) que
estabelece uma correlação entre morbidade e é muito dispendiosa para o hospedeiro. Este ciclo fútil pode
mortalidade (GUIGOZ Y; VELLAS J; GARRY ser responsável, pelo menos em parte, pelo aumento do
P,1994). gasto energético (BLAAUW; DEUTZ; MEYENFELDT,
1997). Aumento de 40% na produção de glicose hepática
3.3 Alterações metabólicas em pacientes foi observado em pacientes com câncer que perderam peso
oncológicos (INUI, 2002).
A indução tumoral de caquexia e anorexia é mais A gordura constitui 90% das reservas dos indivíduos
provavelmente mediada por múltiplas citocinas saudáveis e a perda de gordura corporal é sinal do estado
produzidas pelos monócitos do hospedeiro na caquético (INUI, 2002). Uma grande proporção da perda de
tentativa de erradicar o tumor. Como o hospedeiro peso em pacientes com câncer é proveniente do tecido
não consegue erradicá-lo, a produção crônica de adiposo. Esse substrato energético é utilizado para suprir a
citocinas pelo hospedeiro e pelo tumor leva a demanda metabólica do hospedeiro, causada pela presença
alterações metabólicas prejudiciais, observadas do tumor (BLAAUW; DEUTZ; MEYENFELDT, 1997).
nos pacientes com câncer (RIVADENEIRA et al., A diminuição de tecido adiposo em pacientes oncológicos
1998). que perderam peso está relacionada ao aumento de ácidos
Estudos têm demonstrado que citocinas graxos livres e turnover de glicerol em comparação com
produzidas pelo tumor e pelo hospedeiro são aqueles que não perderam peso. Em situações normais, a
responsáveis pelas alterações metabólicas infusão de glicose suprime a lipólise, mas esse efeito não
encontradas em pacientes com câncer ocorre em pacientes com câncer (RIVADENEIRA et al.,
(WHITMAN, 2000). As citocinas estimulam a 1998). A depleção de massa magra corporal é a principal
degradação vigorosa de massa magra e causam responsável pela redução da sobrevida em pacientes com
alterações no metabolismo dos carboidratos e de câncer (TISDALE, 2000).
lipídeos, o que resulta em perda de gordura O paciente com câncer não é capaz de conservar energia, o
subcutânea e massa corporal magra. que resulta em constante catabolismo e consequente
Alterações no metabolismo de proteínas, depleção de massa magra. Esta quebra indevida da proteína
carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas são fornece substrato para gliconeogênese, que não pode ser
comuns em pacientes com câncer e diferem dos suprimida completamente nem com infusão de glicose e
pacientes somente desnutridos, tornando a terapia nem com a nutrição parenteral total. Dessa forma, a
nutricional um desafio maior no paciente proteólise ocorre mesmo com aumento da gordura corporal
oncológico. Observa-se, em pacientes com câncer, e com ganho de peso (RIVADENEIRA et al. 1998). Todos
alteração no gasto energético basal, que pode estar esses efeitos metabólicos geram custo considerável para o
reduzida, como nos pacientes desnutridos, hospedeiro, como extensiva depleção tecidual, anorexia,
inalterada ou aumentada; ocorrendo um anemia, observadas em pacientes submetidos à injúria
descompasso com a ingestão de nutrientes, que (GRIMBLE, 2003).
está tipicamente reduzida (TISDALE, 1997). A O conhecimento atual sobre a respostas metabólicas do
elevação da taxa de metabolismo basal pode ser hospedeiro causadas pelo tumor justificam o tratamento
observada em pacientes com variados tipos de com nutrientes específicos. É fundamental que os
tumores, como carcinoma gástrico e sarcomas profissionais que atuam no tratamento do câncer conheçam
(RIVADENEIRA et al.,1998). Em estudo com as principais alterações metabólicas que ocorrem nesses
pacientes portadores de tumores sólidos, a taxa de indivíduos. Mais estudos são necessários para elucidar
metabolismo basal mostrou-se elevada mesmo aspectos relacionados à desnutrição e caquexia do câncer e
antes da perda ponderal37, sugerindo que a como prevenir e tratar esses processos em pacientes
elevação da taxa de metabolismo basal pode ser oncológicos (GRACIA et al., 2014).
causa (assim como consequência) dessa condição
(BLAAUW; DEUTZ; MEYENFELDT, 1997). 3.3.1 Caquexia
As alterações no metabolismo dos carboidratos no É uma síndrome clínica caracterizada pela presença de
câncer incluem o aumento do turnover de glicose anorexia, perda de peso involuntária, diminuição da
e a resistência à insulina, que levam à capacidade funcional, depleção progressiva de massa magra
hiperglicemia; ao contrário da glicemia normal ou e tecido adiposo (HUHMANN; CUNNINGHAM, 2005). A
hipoglicemia verificada em pacientes sem caquexia é considerada desnutrição protéico-energética
estresse, submetidos a jejum prolongado. A grave e pode acometer 50% dos pacientes oncológicos

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(RUBIN, 2003). prolongada da ingestão de nutrientes essenciais ao


A caquexia não pode ser totalmente explicada organismo humano. Tal condição acontece com a maioria
pela diminuição da oferta de nutrientes. A dos sistemas orgânicos do hospedeiro, imunológico,
condição do paciente caquético difere da gastrintestinal e o hematopoiético (DAL BOSCO; GENRO,
desnutrição simples devido ao fato de o 2014) A desnutrição é o segundo diagnóstico mais
metabolismo intermediário estar alterado, predominante em pacientes com câncer. Geralmente, o
limitando o sucesso da terapia nutricional maior risco nutricional acomete portadores de tumores
(TISDALE, 1999). sólidos e está associado, ainda, ao tratamento antineoplásico
A síndrome inclui distúrbios hidroeletrolíticos, (PORTO, 2013).
anemia, imunossupressão acompanhada de Na hora do resultado final, aproximadamente 80% dos
alterações bioquímicas que indicam o efeito pacientes com câncer gastrintestinal e 60% dos portadores
sistêmico do câncer (TISDALE, 2001). A de câncer de pulmão apresentam perda de peso grande.
caquexia é resultado de causas complexas e Estudos demostram a frequência de perda de peso e
multifatoriais, divididas em dois grupos: desnutrição entre 31% a 87%, variando de acordo com a
alterações metabólicas do hospedeiro e baixa localização e estádio do tumor (WHITNEY; ROLFES,
ingestão de nutrientes e má absorção 2013).
(RIVADENEIRA et al., 1998). No Brasil, em um estudo de prevalência de desnutrição
Estas alterações compreendem a resposta hospitalar, verificou-se que cerca de 66% dos pacientes com
sistêmica inflamatória, o aumento da síntese câncer estavam desnutridos, o que indicava que a presença
hepática de proteínas de fase aguda, resultando em do tumor aumentou o risco para a ocorrência de desnutrição
depleção de aminoácidos essenciais em 3,7 vezes mais (DAL BOSCO; GENRO, 2014).
(MARTIGNONI; KUNZE; FRIESS, 2003). Em um outro estudo multicêntrico com mais de 3 mil
Pacientes caquéticos apresentam diminuição da pacientes, foi encontrado perda de peso significativa em
capacidade funcional, resposta reduzida à mais de 50% dos pacientes, sendo a maior frequência e
quimioterapia e menor sobrevida. gravidade em portadores de câncer gastrintestinal. A perda
Nesses pacientes, a perda de peso superior a 30% de peso também foi identificada em 60% dos pacientes com
é invariavelmente fatal (TISDALE, 2000). O câncer de pulmão e 40% das pacientes com câncer de mama
termo caquexia é derivado do grego “cacos” (PORTO, 2013).
(ruim) e “xia” (condição). Tal condição é uma O estudo dos autores Whitney e Rolfes (2013), encontrou,
síndrome clínica caracterizada pela presença de como desnutridos, 39% dos pacientes submetidos a grandes
anorexia, perda de peso involuntária, diminuição cirurgias por câncer. Afirmam que 66% dos pacientes
da capacidade funcional, depleção progressiva de portadores de câncer hospitalizados apresentam depois de
massa magra e tecido adiposo. A caquexia é alguns dias desnutrição protéico-energética com perda
considerada desnutrição protéico-energética grave muscular progressiva, além de modificações na função e na
e pode acometer 50% dos pacientes oncológicos composição corporal.
(CABRAL; CORREIA, 2014). Em outro estudo com 297 pacientes com diagnóstico de
A caquexia não pode ser totalmente explicada tumor maligno, encontraram perda de peso maior que 10%
pela diminuição da oferta de nutrientes. A em 43% dos pacientes e 48% dos estudados com
condição do paciente caquético difere da hipermetabolismo (BAXTEE; WAITZBERG, 2014).
desnutrição simples devido ao fato de o Porto (2013) concluiu ainda, em seu estudo com 352
metabolismo intermediário estar alterado, pacientes com neoplasia maligna e doença metastática, que
limitando o sucesso da terapia nutricional homens apresentam maior frequência e extensão de perda
(MARTIGNONI; KUNZE; FRIESS, 2003). de peso em comparação às mulheres.
A síndrome inclui distúrbios hidroeletrolíticos, A perda de peso é frequente em pacientes oncológicos e
anemia, imunossupressão acompanhada de pode ser indício de doença maligna. A desnutrição em
alterações bioquímicas que indicam o efeito nesses pacientes é um processo de várias causas,
sistêmico do câncer (GRACIA et al., 2014). A relacionado a fatores ligados à doença, ao tratamento e à
caquexia é resultado de causas complexas e alimentação, tal como a condição econômica e social.
multifatoriais, divididas em dois grupos: A ingestão alimentar, metabolismo de nutrientes, a
alterações metabólicas do hospedeiro e baixa absorção, o gasto energético, as complicações orais, a
ingestão de nutrientes e má absorção. Estas toxidade gastrintestinal e a nefrotoxicidade, causada devido
alterações compreendem a resposta sistêmica ao uso de drogas usadas no tratamento de neoplasias e
inflamatória, o aumento da síntese hepática de infecções, são importantes na etiologia da desnutrição
proteínas de fase aguda, resultando em depleção decorrente do câncer (BAXTEE; WAITZBERG, 2014).
de aminoácidos essenciais (BAXTEE; Esses pacientes frequentemente apresentam desordens
WAITZBERG, 2014). psicológicas como resultados das incertezas sobre a doença,
o diagnóstico e o prognóstico. Esse estado psicológico está
3.3.2 Desnutrição associado à depressão, afetando a ingestão alimentar
A desnutrição é conceituada pelo Ministério da (CABRAL; CORREIA, 2014).
Saúde como a expressão biológica da carência A perda de peso pode acontecer ou ser potencializada

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durante a terapia antineoplásica por causa do trauma, cirurgia e sepse ou nos pacientes oncológicos com
aumento dos efeitos colaterais gastrintestinais manutenção do peso corpóreo (BELTRÃO et al, 2014).
como aversão a certos tipos de alimentos, náuseas A identificação da expressão gênica e detecção urinária de
e vômitos, problemas fisiológicos de mastigação e “PIF” nos pacientes com tumores gastrointestinais
também de deglutição (DAL BOSCO; GENRO, relaciona-se com perda de peso. Estes dados fornecem a
2014). primeira evidência direta de que os tumores são a principal
Os tumores que vivem no trato gastrintestinal fonte de PIF nos seres humanos. O PIF age diretamente
podem ocasionar obstrução e impedir fisicamente estimulando a via ubiquitina-proteasoma nas células
a ingestão correta de nutrientes, que causará a musculares, compondo elemento chave para o catabolismo
diminuição da ingestão alimentar. Distúrbios protéico na caquexia do câncer (WAITZBERG et al, 2014).
ocorridos indiretamente podem causar anorexia,
incluindo alterações na percepção de sabor e odor 3.4 O papel do Nutricionista na oncologia
e fatores anormais no sistema nervoso central que O nutricionista tem como uma das suas responsabilidades
controla a ingestão de alimentos e a sensação de assegurar uma alimentação condizente com as necessidades
saciedade precoce (CABRAL; CORREIA, 2014). nutricionais de cada paciente, realizando orientações sobre
Assim, pacientes oncológicos com perda ponderal os alimentos a serem consumidos e monitorando sua
maior do que 10% do peso corporal possuem composição corporal. A terapia nutricional pode ser
chance de menor sobrevida que pessoas com o colocada em prática como tratamento adjuvante durante a
mesmo tipo e estádio da doença que se mantém terapia anticâncer ou, em longo prazo, através do aporte de
em situação de peso adequada. O nutrientes aqueles pacientes que não possam manter uma
hipermetabolismo e a perda de peso significativa ingestão adequada (MEURIC et al., 2014).
predispõem a menor sobrevida, enquanto o Para uma terapia nutricional realmente efetiva, o
aumento da ingestão energética foi associado ao nutricionista utiliza inúmeras estratégias como orientação
aumento da sobrevida (BAXTEE; WAITZBERG, dietética, suplementos nutricionais orais, nutrição enteral e
2014). parenteral (BOKHORST, 2015). A terapia nutricional tem
como objetivo prevenir a desnutrição, melhorar a qualidade
3.3.3 Metabolismo Protéico no Câncer de vida do paciente, reduzir o número de complicações
Uma das consequências metabólicas mais provenientes dos tratamentos e prevenir a interrupção dos
importantes no câncer é a perda de proteína tratamentos (OLIVEIRA, 2015).
corpórea, refletida pelo aumento da excreção de A avaliação deve ser realizada no início do
nitrogênio urinário e a presença de balanço acompanhamento nutricional. Por representarem um risco,
nitrogenado negativo (WAITZBERG et al, 2014). todos os pacientes, independente do estado nutricional
A redução da massa muscular durante condições atual, devem ser acompanhados (MEURIC et al., 2014). A
de estresse, como o câncer, está relacionada ao avaliação nutricional serve como um instrumento de grande
aumento da diminuição de proteína, em particular importância para a determinação terapêutica clínica e
com as proteínas miofibrilares. O aumento da dietética a ser empregada para a correção do déficit
degradação de proteínas miofibrilares leva à nutricional observado em alguns pacientes (GUIMARÃES
intensificação da liberação de aminoácidos, et al., 2012).
principalmente alanina e glutamina, que estão Com o objetivo de prevenir a perda de peso e desnutrição
presentes em grande quantidade no músculo associada à caquexia, a terapia nutricional é de relevante
esquelético. Esses aminoácidos liberados são importância, devendo ser instituída tão logo for
captados pelo fígado para iniciar ou regular a diagnosticada alteração no estado nutricional
síntese de proteínas de fase aguda e (GUIMARÃES et al., 2012). A terapia deve ser formulada
gliconeogênese (BELTRÃO et al, 2014). levando em consideração a individualidade do paciente,
A inibição da síntese de proteínas pode contribuir suas necessidades nutricionais, estado nutricional, restrições
para o aumento do catabolismo muscular. Essa dietéticas, tolerância, função gastrointestinal, estado clínico
resposta catabólica resulta em desgaste e fadiga do e efeitos colaterais atuais e esperados, em decorrência do
músculo esquelético, que pode atrapalhar o tratamento (BOKHORST, 2015).
tratamento e o prognóstico do paciente oncológico A terapia nutricional pode ser realizada utilizando três vias:
(WAITZBERG et al, 2014). Diferentes vias a via oral, enteral e a parenteral, dependendo do estado em
proteolíticas são responsáveis pelo catabolismo do que o paciente se encontra, lembrando sempre que, quando
músculo esquelético (BELTRÃO et al, 2014). possível, a via oral é a ideal (OLIVEIRA, 2007). Essa via é
Atualmente, foi isolada de esplenócitos de ratos a ideal quando os pacientes podem utilizá-la. Modificações
com adenocarcinoma uma glicoproteína que induz fisiológicas e anatômicas do trato gastrointestinal, como
o catabolismo do músculo esquelético e caquexia náuseas, alterações no paladar e disfagias podem ser
in vivo. Tal proteína, denominada fator de indução contraindicações relativas.
de proteólise (PIF), também foi isolada na urina Sempre que possível deve-se insistir na via oral,
de pacientes com caquexia do câncer, porém, não fracionando melhor as refeições, fazendo modificações na
estava presente na urina de indivíduos normais e consistência dos alimentos e variando a dieta para evitar
nem em pacientes com perda de peso devido a monotonia. A suplementação oral pode ser indicada caso

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O REFLEXO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS NO TRATAMENTO E
RECUPERAÇÃO: NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA

não se consiga atingir as necessidades calóricas sejam incluídas as orientações nutricionais pertinentes às
(RIVANDENEIRA et al., 1998). suas dificuldades do momento. Somente profissionais com
preparo em nutrição clínica aplicada à oncologia poderá
3.5 Terapias nutricionais avaliar, diagnosticar e tratar corretamente essas alterações,
A Sociedade Americana de Nutrição Enteral e considerando as particularidades da doença. Por isso é
Parenteral (ASPEN) recomenda o uso da terapia fundamental que profissionais interessados no manejo de
nutricional se houver perda de peso maior que pacientes com câncer estejam atentos à necessidade de
10% (DANG; SEMENZA, 1999). Tal suporte aquisição de conhecimentos para o sucesso no cotidiano de
pode auxiliar na diminuição do tempo de sua profissão.
internação e aumento da sobrevida dos pacientes
oncológicos caquéticos (BOZZETTI et al., 2001).
A rotina da terapia nutricional deve incluir a REFERÊNCIAS
avaliação nutricional periódica, sendo está A.S.P.E.N. Board of directors. Guidelines for the use of
relacionada com a susceptibilidade a infecções, a parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric
resposta terapêutica, o prognóstico e a patients. Journal Of Parenteral And Enteral. 2002.
identificação dos possíveis sintomas relacionados
ao tratamento (DOYLE et al., 2003). O suporte ALLUM WH, GRIFFIN SM, WATSON A, COLIN-
dietético individualizado pode melhorar o apetite JONES D. Guidelines for the management of oesophageal
e a ingestão alimentar e reduzir os efeitos and gastric cancer. Gut. 2002; 50:1-23.
colaterais da terapia (SILVA, 2006).
A suplementação oral é a modalidade preferida AMERICAN COLLEGE OF PHYSICIANS. Parenteral
em pacientes que são capazes de se alimentar por nutrition in patients receiving cancer chemotherapy. Annals
esta via (INUI, 2002), mas que requerem dietas of Internal Medicine. 1989; 10 (9): 734-736.
especiais devido às alterações do trato
gastrintestinal (RIVADENEIRA et al., 1998). Esta BAKER JP, DETSKY AS, WESSON DE, WOLMAN SL,
suplementação pode melhorar o aporte calórico e STEWART S, WHITEWELL J, LANGER
proteico (DOYLE et al., 2006). B,JEEJEEBHOY KN. Nutritional assessment: a comparison
Caso a ingestão via oral esteja diminuída ou não of clinical judgment and objective measurements. N Engl J
possa ser utilizada, a nutrição enteral ou parenteral Med 1982;306:967-72
é indicada. A nutrição enteral, assim como a
nutrição oral, requer absorção dos nutrientes pelo BARBOSA E SILVA MC. Avaliação subjetiva global. In:
trato gastrintestinal (RIVADENEIRA et al., Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática
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relação à parenteral são manter o trofismo
gastrintestinal, prevenir a translocação bacteriana, BAXTEE, Y. C., WAITZBERG, D. L. Nutrição oral nas
apresentar menos complicações e menor custo Afecções digestivas cirúrgicas. In: WAITZBERG, D. L.
(WILSON, 2000). Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3. ed.
Em pacientes que não podem receber nutrição oral São Paulo: Atheneu, p. 481-512, 2014.
ou enteral, a nutrição parenteral é uma opção
importante (WILSON, 2000). A ASPEN BELTRÃO, P. C. B.; TEIXEIRA, V. R.; CHAMMAS, R.
recomenda a terapia com nutrição parenteral total Aspectos Moleculares da Transformação Celular: Conceitos
em pacientes com previsão de ingestão oral ou e Implicações. In: WAITZBERG, D. L. Dieta, Nutrição e
enteral inadequada por mais de 10 a 14 dias Câncer. São Paulo: Atheneu, 2014. cap. 6, p.79-87.
(A.S.P.E.N., 2002).
A terapia nutricional em pacientes oncológicos é BLAAUW ID, DEUTZ NEP, MEYENFELDT MFV.
controversa. Estudos têm demonstrado efeito Metabolic changes in cancer cachexia – first of two parts.
positivo no aumento da sobrevida e melhora da Clinical Nutrition. 1997; 16:169-176.
resposta ao tratamento paliativo ou curativo.
Dessa forma, para indicar a terapia nutricional em BOKHORST, V. S. Nutritional support strategies for
pacientes portadores de câncer, deve ser feita uma malnourished cancer patients. Eur J OncolNurs., (Suppl 2),
avaliação criteriosa do estado clínico e nutricional p. 74-83, 2015.
(ALLUM et al., 2002). A análise de fatores
prognósticos é uma forma de identificar pacientes BOSAEUS I, DANERYD P, LUNDHOLM K. Dietery
com melhor ou pior evolução (WARD, 2014). intake, energy expenditure, weight loss and survival in
cancer patients. Journal of Nutrition. 2002;132 Suppl:
S3465-3466.
4 CONCLUSÃO
Neste aspecto, o paciente deve estar atento à
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de
necessidade de ter um atendimento nutricional
Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa
especializado e exigir que em seu tratamento

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