Acesso ao principal conteúdo
Moçambique

Em Moçambique, 159 pessoas desapareceram no ano passado

159 pessoas desapareceram no ano passado em Moçambique. Os dados constam de um relatório levado a cabo pelo Fundo de Apoio as Pessoas Desaparecidas cujos resultados foram apresentados esta semana em Maputo.

Crianças em Moçambique
Crianças em Moçambique RFI/Liliana Henriques
Publicidade

Apolinário Munguambe, Presidente do Fundo de Apoio as Pessoas Desaparecidas, considera que a situação é preocupante em Moçambique."Das 159 pessoas desaparecidas no ano de 2023, 87 foram indivíduos de género masculino, o que representa 55%, enquanto que o restante que são 72 pessoas registadas na nossa base de dados, dão um ratio de desaparecimento de 3 pessoas por semana ao longo do ano passado. Destas pessoas, foram encontradas 146 e até 31 de Dezembro 2023, ainda permaneciam em condição de 'desaparecido' 13 pessoas", referiu o responsável.

Do total das pessoas encontradas, quatro estavam sem vida, "sendo duas crianças, uma de 2 anos e outra de 10, que é o menino Alves, e duas jovens de 20 e 31 anos que também foram encontradas sem vida", indicou ainda Apolinário Munguambe. Um fenómeno perante o qual, a provedoria de justiça defendeu esta semana, num seminário sobre o assunto, uma união de esforços para proteger as crianças, de forma a prevenir e evitar o desaparecimento e o assassinato de menores.

O relatório 2023 do Fundo de Apoio as Pessoas Desaparecidas aponta a violência, negligência e deslocamento das populações e trabalho infantil como factores por detrás deste fenómeno.

A coincidir com esta reflexão, de acordo com dados divulgados igualmente esta semana, desta vez pela Confederação empresarial CTA, o fenómeno dos raptos de empresários tem vindo a ganhar importância. Ao indicar que quase 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e que uma centena "deixou o país por receio", a CTA apelou o governo a dizer "basta", nomeadamente com medidas de reforço da segurança no país.

Segundo um relatório elaborado pelo Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, os crimes de raptos que têm afectado o país movimentaram pelo menos 30,5 milhões de euros entre Janeiro de 2014 e Maio de 2024, em práticas de branqueamento de capitais. Ainda segundo este documento “a predominância e incidência actual sobre reféns nacionais pode levar ao desenvolvimento e institucionalização da “indústria do rapto”, passando a incluir reféns estrangeiros, o que indubitavelmente levaria ao incremento dos montantes da extorsão”.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.