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Olimpíadas culturais trazem de volta espetáculo de hip-hop “Boxe Boxe Brasil” a Paris

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A nova temporada do espetáculo “Boxe Boxe Brasil” em Paris faz parte das Olimpíadas Culturais, que acontecem paralelamente aos Jogos Olímpicos. A peça do renomado coreógrafo francês Mourad Merzouki, da companhia de dança Käfig, foi criada em colaboração com bailarinos cariocas de hip-hop, entre eles Alex Pitt.

O espetáculo de hip-hop Boxe Boxe Brasil, de Mourad Merzouki, está em cartaz em Paris até este sábado (20), antes de seguir para o sul da França.
O espetáculo de hip-hop Boxe Boxe Brasil, de Mourad Merzouki, está em cartaz em Paris até este sábado (20), antes de seguir para o sul da França. © Divulgação
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“Boxe Boxe Brasil” foi criado em 2017 e essa nova temporada do espetáculo na França, neste momento em que o país celebra os Jogos Olímpicos, é uma oportunidade ímpar", acredita Alex Pitt. “O espetáculo combina elementos de boxe, dança e capoeira, o que se encaixa perfeitamente com o espírito das Olimpíadas. É uma integração fascinante de jogos e dança”, afirma o bailarino.

A peça é um espetáculo multidisciplinar que incorpora hip-hop, dança contemporânea, artes marciais e música clássica. No palco, os 9 bailarinos (cinco brasileiros e 4 franceses) dividem a cena com o quarteto Debussy.É uma combinação maravilhosa, mesclando nosso tempero brasileiro com música clássica. Essa fusão de arte erudita com arte urbana permite atrair um público diverso”, conta Alex Pitt, que atua na companhia Käfig Brasil desde o início da colaboração com Mourad Merzouki em 2009.

A nova temporada começou em Lyon, em maio, passa por Paris até o dia 20 de julho no teatro 13 Art e termina em 24 de julho no festival de dança de Vaison la Romaine, no sul do país. Ao integrar a programação das Olimpíadas Culturais, os bailarinos brasileiros da Käfig animaram em um parque da capital o flash mob gigante “Dança dos Jogos”, durante a passagem da Tocha Olímpica por Paris.

“Foi incrível. Realizamos uma interação para mais de 150 pessoas. Foi um momento especial, onde tivemos a oportunidade de ensinar a coreografia oficial dos Jogos Olímpicos ao público presente”, conta Pitt.

Breaking nas Olimpíadas e decepção para o Brasil

Os Jogos Olímpicos de Paris têm um significado importante para as danças urbanas. O breaking foi reconhecido como modalidade olímpica e estreia na competição. “O break, muitas vezes marginalizado, está ganhando uma visibilidade enorme. Isso proporciona uma visão melhorada da dança e valoriza os dançarinos como atletas, mostrando seu talento para o mundo”, ressalta Alex Pitt, que começou sua carreira no break, como B-Boy, como são chamados os adeptos da modalidade.

Infelizmente, nenhum atleta brasileiro de breaking conseguiu classificação para Paris. Para Pitt, isso não significa que os B-Boys ou B-Girls brasileiros não tenham um bom nível internacional, mas sim que eles não tiveram apoio suficiente. “Isso serve de alerta para que o Brasil ofereça mais recursos e incentivos aos atletas (de breaking). Espero que nas próximas Olimpíadas possamos ter representantes”, torce.

Coreógrafo premiado

Alex Pitt gosta de dizer que os artistas da cena urbana brasileira não vivem de arte, mas “sobrevivem”, apesar de reconhecer que a situação melhorou nos últimos dois anos com a “abertura de editais para programas culturais, para artistas independentes, para que eles possam inscrever seus próprios projetos e receber por esses projetos”.

A colaboração com o francês Mourad Merzouki foi fundamental para a carreira do bailarino carioca, que, recentemente, também começou a coreografar e teve a sua primeira peça, “Chão Duro”, premiada pelo festival do Corpo Negro no Sesc. “A temporada de estreia foi um sucesso, teatro lotado. Fala sobre esse solo no qual a gente deve ter muito respeito, ainda mais sendo B-Boy do hip-hop”, revela.

Depois das apresentações na França, Alex Pitt volta ao Brasil para uma nova temporada do “Chão Duro”, antes de voltar à Europa no final do ano para uma nova turnê do “case de sucesso” Boxe Boxe Brasil que mostra a diversidade e a riqueza das expressões artísticas brasileiras. O bailarino também sonha em apresentar seu trabalho autoral para o público europeu, “quem sabe já em 2025” ano da temporada cruzada França-Brasil.

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