Hollande responde a críticas de Sarkozy sobre a atuação francesa na Síria
O presidente francês, François Hollande, respondeu hoje às criticas feitas por seu predecessor, Nicolas Sarkozy, sobre a postura da França em relação ao conflito na Síria. O socialista aproveitou ter interrompido as férias para homenagear um soldado francês morto no Afeganistão para dizer que a França realiza “uma busca obstinada” por uma transição política no país árabe.
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Esta foi a primeira vez que Hollande falou sobre o assunto desde que Sarkozy reclamou da “espera” supostamente longa demais da França para tomar atitudes em relação ao conflito na Síria. Sarkozy pediu uma “ação rápida” e disse que identifica semelhanças entre a situação na Síria e na Líbia, nas vésperas de ocorrer a intervenção militar que resultou na queda do ditador Muammar Kadafi, no ano passado, em uma ação em que ele próprio desempenhou um papel protagonista.
“Nesta semana, a França enviou uma equipe médica no norte da Jordânia, na fronteira com a Síria, para ajudar os refugiados e aos combatentes que enfrentam a repressão de um regime ainda reage somente pelo medo do seu próprio fim”, declarou Hollande. “É um dever humanitário que nós perseguimos e que se junta ao apoio à oposição síria e à busca obstinada de uma transição política na Síria”, afirmou, durante uma homenagem realizada em Varces a um soldado francês morto no Afeganistão.
A França, que exerce a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, convocou uma reunião ministerial para o dia 30 de agosto para debater a situação humanitária na Síria com os demais países-membros do órgão. O presidente sublinhou que os soldados franceses só agem sob o mandato da ONU, uma condição que ainda não se satisfez na Síria devido aos vetos russo e chinês, enquanto que a intervenção na Líbia havia contado com a aprovação dos membros do Conselho de Segurança.
Também o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin, inimigo declarado de Sarkozy, veio a público dar implicitamente razão a Hollande ao defender uma solução diplomática para este assunto. Em um artigo publicado hoje no jornal Le Figaro, o ex-premiê diz que a solução militar na Síria seria “perigosa demais” e “abriria caminho para todas as cruzadas”. Vilpepin defendeu, entretanto, o envio de ajuda humanitária ao país em conflito, onde cerca de 20 mil pessoas já morreram desde março de 2011.
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