Acessar o conteúdo principal

Relatório alerta para aumento de discursos políticos contra imigrantes e de ataques antissemitas na Europa

A Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (Ecri), um órgão do Conselho da Europa, alerta, em seu relatório anual publicado quinta-feira (20), para o aumento de discursos "hostis" de "líderes políticos" contra refugiados e de ataques antissemitas e contra muçulmanos.

Manifestante o alegado estupro coletivo anti-semético de uma menina de 12 anos, durante um comício na praça Lyon Terreaux, em Lyon, centro-leste da França, em 19 de junho de 2024.
Manifestantes contra o estupro coletivo antissemita de uma menina de 12 anos, na praça Lyon Terreaux, em Lyon, centro-leste da França, em 19 de junho de 2024. AFP - JEAN-PHILIPPE KSIAZEK
Publicidade

“Notamos numerosos casos de discursos públicos utilizando a ameaça de uma chamada 'islamização' das sociedades europeias para fins puramente eleitorais”, declarou o presidente da Ecri, o suíço Bertil Cottier, em uma conferência de imprensa.

“O risco é particularmente elevado durante uma campanha eleitoral. A autorregulação por parte dos políticos e dos veículos comunicação é essencial, e estes devem ser responsabilizados quando os limites (éticos) são ultrapassados”, insistiu.

Os autores do relatório reconhecem os “esforços significativos ​​feitos” para acolher “pessoas deslocadas da Ucrânia”, mas lamentam as “diferenças consideráveis observadas” com a qualidade do acolhimento prestado “aos refugiados e outras pessoas que beneficiam de proteção internacional”.

A comissão lamentou que alguns Estados europeus continuam a restringir o acesso ao asilo a imigrantes exteriores ao bloco. "Deve ser rapidamente oferecida proteção a todas as pessoas deslocadas pela guerra e outras situações de emergência”, lembra a instituição.

Antissemitismo e racismo

Segundo a Ecri, desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro e o início da guerra em Gaza, vários países europeus foram confrontados com um “aumento vertiginoso do antissemitismo”.

“É encorajador notar que, desde 7 de outubro, muitos chefes de Estado e de governo” e membros da sociedade civil “demonstraram publicamente sua solidariedade com as comunidades judaicas da Europa”, especifica o órgão.

A comissão também manifestou preocupação com o “aumento significativo” de incidentes “motivados pelo ódio contra os muçulmanos” desde a mesma data.

Leia tambémEstupro coletivo de garota judia de 12 anos na periferia de Paris choca a França

“Indivíduos que usam símbolos religiosos visíveis ou roupas tradicionais têm sido, muitas vezes, associados ao terrorismo ou ao extremismo”, observa o relatório. “Este é particularmente o caso das estudantes muçulmanas em certos países.”

A comissão também lamenta que “pacientes muçulmanos” tenham sido sujeitos à “discriminação no acesso a cuidados de saúde”.

O Conselho da Europa é uma organização internacional com sede em Estrasburgo, no leste da França, que reúne os 46 estados signatários da Convenção Europeia para a proteção dos direitos humanos. Seus vários órgãos garantem a aplicação destes direitos no continente.

(Com AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.