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Oficinas secretas espalhadas pela Ucrânia fabricam drones com material e explosivos reciclados

A guerra também acontece nos céus da Ucrânia. Enquanto espera receber mais munições e os aviões de combate F16 prometidos pelos seus aliados ocidentais, o exército ucraniano utiliza massivamente drones para complicar o avanço do inimigo russo. A RFI visitou uma fábrica militar secreta de drones na Ucrânia. Paralelamente, os bombardeios das forças de Moscou mataram sete pessoas em quatro regiões da Ucrânia, entre terça e quarta-feira (29).

Em uma oficina secreta no Donbass, uma unidade militar fabrica drones com material reciclado (maio 2024).
Em uma oficina secreta no Donbass, uma unidade militar fabrica drones com material reciclado (maio 2024). © Nathanaël Vittrant / RFI
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Nathanaël Vittrant e Bertrand Haeckler, enviados especiais da RFI ao Donbass (Ucrânia), com a colaboração de Andrii Kolesnyk

Oficinas secretas para fabricar drones de ataque se espalham pelo território. Nos últimos dois anos, esses equipamentos ganharam uma importância capital. Os jornalistas da RFI visitaram uma fábrica na região de Donbass. Por razões obvias de segurança, nenhum outro detalhe de localização pode ser mencionado.

“Bem-vindo a esta pequena oficina da Brigada 92 ‘Achille’. Aqui fabricamos as munições que equiparão os drones”, explica o líder do batalhão, Viktor. Seu nome de guerra é “agricultor”, que era a sua ocupação antes dos combates.

Existem diferentes tipos de oficinas. Mas o objetivo delas é cada vez mais reciclar, basicamente, equipamentos militares e explosivos para fabricar drones para usos muito específicos.

“Um drone kamikaze custa entre US$ 500 e US$ 600 para ser fabricado, mais munição, e pode destruir um tanque que custa até US$ 4 milhões, sem arriscar a vida de nossos homens. É muito eficaz”, explicam o militar ucraniano.

Na oficina, as aparências enganam, pois algo que parece uma bolinha de massa de modelar é um material altamente explosivo. Um gatinho branco vagueia entre mísseis, bombas e materiais explosivos. Ele foi adotado pelo batalhão e virou um mascote. “Nós o chamamos de Maluco!”, conta Viktor.

Gato de estimação de soldados ucranianos em uma fábrica de drones no Donbass (maio de 2024).
Gato de estimação de soldados ucranianos em uma fábrica de drones no Donbass (maio de 2024). © Nathanaël Vittrant / RFI

Avanços russos

Sete pessoas morreram em bombardeios russos em quatro regiões da Ucrânia nas últimas horas, informaram as autoridades de Kiev.

Duas pessoas morreram e três ficaram feridas em um ataque com mísseis na região de Sumi, na fronteira com a Rússia, leste da Ucrânia, nesta quarta-feira, anunciaram as autoridades regionais nas redes sociais.

O governador da região de Donetsk, também na fronteira com a Rússia e que Moscou reivindica como parte de seu território, afirmou que três pessoas morreram em vários ataques na terça-feira.

Vadim Filashkin anunciou que duas pessoas morreram na cidade de Toretsk e outra em um ataque noturno na cidade fronteiriça de Selidove, cenário frequente de bombardeios russos.

Na região de Kherson, sul do país, que também teve a anexação reivindicada pelo Kremlin em 2022, o governador afirmou que a Rússia bombardeou edifícios residenciais e áreas de infraestrutura.

"Uma pessoa morreu na agressão russa", disse o governador Oleksander Prokudin.

As autoridades também anunciaram o óbito nesta quarta-feira de um funcionário de 40 anos de um hipermercado de material de construção de Kharkiv, nordeste do país, que as tropas russas bombardearam no fim de semana.

O balanço do ataque - um dos mais letais dos últimos meses subiu para 19 mortos.

(com AFP)

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