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Risco de surto de dengue durante Olimpíadas de Paris preocupa autoridades, que reforçam prevenção

A poucas semanas da abertura dos Jogos Olimpícos de Paris, as autoridades sanitárias da região parisiense estão intensificando as ações para prevenir a proliferação do mosquito tigre, um dos vetores da dengue. A presença de visitantes do mundo todo favorece a transmissão da doença que, com a alta das temperaturas, está aumentando rapidamente no território francês.

Funcionário da Agência Regional de Saúde verifica presença do mosquito Tigre perto do Stade de France, nos arredores da capital, onde ocorrerão diversas competições durante os Jogos Olímpicos.
Funcionário da Agência Regional de Saúde verifica presença do mosquito Tigre perto do Stade de France, nos arredores da capital, onde ocorrerão diversas competições durante os Jogos Olímpicos. AFP - THOMAS SAMSON
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O monitoramento feito pelos agentes da prefeitura de Paris está sendo colocado em prática em vários pontos da cidade e de seus arredores. Este é o caso do Stade de France, por exemplo, em Seine Saint-Denis, onde ocorrerão diversas provas de atletismo.

No local, a prefeitura instalou uma “armadilha” – um balde de água que contém um pedaço de poliestireno, coberto com uma placa metálica. Desta forma, a equipe pode recolher os eventuais ovos depositados pelo inseto. "O objetivo é monitorar a presença do mosquito tigre", explicou Kevin Meignan, chefe de controle de vetores da Agência Regional de Controle de Mosquitos (ARD), à agência AFP.

O período de 1º de maio a 30 de novembro é considerado o mais propício para a propagação do inseto na França. Por isso, durante esses meses, as autoridades sanitárias francesas vão reforçar a fiscalização da presença do aedes albopictus, nome científico do mosquito tigre, além de intensificar mensagens de conscientização e organizar possíveis operações de controle.

"Nesse período, viremos todos os meses pegar o material dentro na armadilha para estudá-lo em laboratório e descobrir se há ovos do mosquito e, se houver, quantos", disse Kevin Meignan.  Durante a operação, ele despeja um produto biológico na água "para evitar qualquer desenvolvimento potencial de larvas".

As armadilhas serão instaladas ao redor do Stade de France, da Vila Olímpica ou mesmo de certas "fanzones". Mais de 500 serão posicionadas em toda a região, segundo Cécile Somarriba, diretora de monitoramento e segurança sanitária da agência de saúde francesa.    

O mosquito tigre chegou na França em 2004 e aos poucos se espalhou pelo país. Em 1º de janeiro, ele estava presente em 78 dos 96 departamentos. Vetor do vírus da dengue, do chikungunya e do zika, ele está instalado em toda a região parisiense.    

Recorde de contaminações locais

Em meados de abril, as autoridades de saúde francesas alertaram para uma situação inédita, quando foram registrados, pela primeira vez, cerca de 1.700 casos importados de dengue na França metropolitana desde o início de 2024, ou seja, em quatro meses. Desde então, o recorde de 2023, de 2.019 infecções, foi superado.   

Os casos importados foram trazidos por pessoas que viajaram para regiões do mundo onde o vírus é endêmico, como a América Latina e o Caribe.     

Como "o número significativo de casos importados pode levar ao estabelecimento de cadeias de transmissão autóctones na França", o diretor-geral da Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde, Grégory Emery, pediu vigilância máxima.

Um "caso autóctone" significa que a pessoa não esteve em áreas onde o vírus está circulando, mas foi picada por um mosquito que se infectou através do contato com um viajante contaminado. “As mensagens de prevenção vão aumentar nas próximas semanas, quando a França sediará os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, com muitos viajantes vindo para o território metropolitano", reiterou o diretor-geral da Saúde francês. 

Vigilância reforçada

O sistema de vigilância também foi reforçado, garante a Agência Regional de Saúde da região de Paris. Nos aeroportos, serão divulgadas informações de sensibilização e prevenção para os viajantes que partem ou chegam de zonas endêmicas.   

A agência também incentiva a população a remover água parada, potenciais criadouros, dentro e ao redor de suas casas. "Há gestos simples que podem prevenir a propagação do mosquito", diz Cécile Somarriba, embora reconheça que é um "grande problema" para a região parisiense.

Com informações da AFP

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