Moçambique: Negociações entre Governo e Renamo voltam a fracassar
O Governo moçambicano respondeu negativamente às questões prévias apresentadas pela Renamo, o maior partido de oposição do país, no âmbito das conversações entre as duas partes com o intuito de colocar um ponto final na crise política de Moçambique.
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A Renamo tinha colocado como condição prévia para prosseguir o diálogo a libertação de quinze dos seus membros indiciados no crime contra a Segurança do Estado, a retirada dos efectivos policiais da Gorongoza, onde se encontra Afonso Dhlakama, e a presença de observadores nacionais e internacionais da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, da União Africana e da União Europeia nas sessões de diálogo.
Em relação à libertação dos quinze membros da Renamo, o Governo invocou o princípio e separação dos poderes legislativo e executivo e judiciário e a independência dos órgãos da Administração da justiça, para argumentar que não pode interferir na esfera da actuação destes órgãos.
Sobre a retirada dos efectivos policiais da Gorongoza, o executivo da Frelimo afirmou que a policia tem por missão garantir a ordem, segurança e tranquilidade publicas em todo o território nacional. Por último, face à solicitação de observadores nacionais e internacionais da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, da União Africana e da União Europeia nas sessões de diálogo que se seguirão, o Governo também rejeitou este pedido, uma vez que não vê a necessidade da interferência de terceiros neste diálogo.
Todavia, o executivo moçambicano termina o comunicado referindo que tem toda a disponibilidade para regressar à mesa das negociações já na próxima segunda-feira.
Correspondência de Moçambique
Com a colaboração do nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.
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