A MOP está a focar-se “cada vez mais em nichos pequenos e segmentados de empresas, que tipicamente investiam mais em outros meios, como o digital”, potenciando a venda programática e a crescente digitalização dos seus equipamentos, refere Vasco Perestrelo, CEO da MOP, que alia isto “à cada vez maior capacidade de ‘targetizar’ os objetivos, enaltecida pelo projeto das audiências do out-of-home (OOH)”.
Vasco Perestrelo salienta que, “apesar de termos um departamento focado em clientes de média e pequena dimensão (PME), que não são representados por agências, pensamos que há ainda muito mercado potencial para desenvolver nesta área”.
A estratégia já está a dar frutos. No início de novembro, a MOP estreia a parceria com as marcas F*ckingGorgeous (na foto), Gonçalo Peixoto e Ímpar Market, das influenciadoras digitais Rita Montezuma e Mafalda Patrício.
“A integração de influenciadores nas campanhas OOH permite uma comunicação mais autêntica e direcionada, alinhando-se com as expetativas de um público cada vez mais exigente e conectado. Reforça a posição da MOP como inovadora no mercado de publicidade exterior, adaptando-se às novas dinâmicas do marketing contemporâneo”, justifica Vasco Perestrelo.
O CEO da MOP enfatiza que, “desta forma, conseguimos ampliar o alcance e diversificar o público-alvo das campanhas, obter sinergias entre as plataformas digitais e o OOH, potenciar a inovação e criatividade das campanhas, e fomentar uma relação de credibilidade e confiança junto das marcas e consumidores”.
O potencial dos transportes públicos
Em termos de formatos ou redes adicionados mais recentemente, o CEO da MOP, aponta as redes Multibanco e ATM Express, da SIBS, em outubro. “Trata-se da concessão com maior número de faces do país: com cerca de 12 mil ATM espalhados por Portugal e ilhas”, diz, acrescentando que “a MOP conta com cerca de 60 mil faces publicitárias, das quais 39.600 são digitais e muito potenciadas pela rede Multibanco”.
“As restantes são analógicas, distribuídas por todo o país, nos principais segmentos de mercado – rua, transportes e retalho/shopping – e traduzidos em cerca de 40 formatos/produtos diferentes”, refere ainda. Vasco Perestrelo justifica o elevado número de faces analógicas. “Até haver audiências de ‘outodoor’, havia uma subvalorização dos transportes públicos face à rua, por os próprios clientes decisores andarem de carro”, afirma.
“Os clientes começaram a ser confrontados com a realidade de que os transportes têm muitas vezes tanta ou até mais audiência do que a rua. Isto traz um fortíssimo potencial para muitas concessões de transportes da MOP, em que, ao contrário do que acontece nas concessões de rua – em que os contratos são por formato, como por exemplo mil múpis em Évora -, temos muito mais espaços e formatos para explorar”, diz.
Vasco Perestrelo, CEO da MOP, argumenta que “a integração de influenciadores nas campanhas OOH permite uma comunicação mais autêntica e direcionada”
Neste momento, “a MOP tem uma cobertura completa do país, incluindo continente, Madeira e Açores, como nenhum outro operador. Estamos em todos os 18 distritos, os 308 concelhos e as 3092 freguesias”, alega Vasco Perestrelo. Em termos de grandes grupos de equipamentos, elenca os “pequenos formatos, como múpis digitais e analógicos; TOMIS; perfis de autocarros, em laterais esquerda, direita, retaguarda e óculos e ‘flashes’ no interior dos veículos; e ATM/Multibanco.
Nos grandes formatos, especifica os “LED digitais em várias dimensões, vários analógicos em várias dimensões ‘indoor’ e ‘outdoor’, desde 8×3, 4×1,5, empenas e decorações de veículos, entre outros”, assumindo-se como “claramente a oferta mais diversificada do mercado”. Digitalizar os formatos analógicos é um objetivo.
“É um processo que vai sendo concretizado de forma gradual, dando tempo ao mercado, aos anunciantes e aos consumidores para absorverem essa mudança”, avança, salientando as vantagens de “ser um meio mais atrativo para captar audiências e que permite ao anunciante uma grande agilidade e flexibilidade”, além de serem mais ecológicos, “apesar de todas as preocupações ambientais da MOP, na reciclagem de criatividades, mobilidade elétrica, etc”.
Múpis são 35% das receitas
Com este número de equipamentos, a MOP chama a si “cerca de 25% de quota de mercado e o formato que mais se destaca são os múpis, com cerca de 35% das receitas”, revela Vasco Perestrelo, avançando que “a faturação em 2024 ultrapassará os €20 milhões”.
No próximo ano, prevê crescer. “A MOP já se encontra a operacionalizar a entrada de cerca de cinco mil novas faces em 2025, essencialmente formatos digitais – múpis e grandes formatos – e múpis de papel”, refere.
Neste crescimento, o CEO da MOP diz que “o principal foco está na Grande Lisboa e no Grande Porto, através da concessão da Câmara Municipal de Lisboa e dos Metros de Lisboa e Porto, onde iremos acompanhar o crescimento das novas linhas. Mas não deixaremos de reforçar a nossa cobertura nacional, através dos novos formatos que instalaremos na concessão da Infraestruturas de Portugal e da Comboios de Portugal, em 53 estações de comboio espalhadas pelo país inteiro”.
A rede de suportes publicitários da MOP cobre 18 distritos, 308 concelhos e cerca de três mil freguesias
Apesar de ser o resultado da junção de outras empresas, ao longo de cerca de 30 anos, “a MOP, como a conhecemos, nasce em 2008”. Essencialmente, “com três tipos de redes – múpis, grandes formatos (8×3) e autocarros -, às quais se juntam produtos de grande notoriedade e alto impacto, como as decorações de veículos, impacto ‘indoor’, impacto ‘outdoor’, etc”, recorda Vasco Perestrelo. Neste momento, diz, a MOP “encontra-se a participar em algumas consultas neste momento, e estará atenta a concursos de todos os meios de OOH”.
Oportunidades para melhorar a oferta
Sobre um eventual crescimento por aquisições ou fusões com outras empresas, o CEO da MOP diz que “estamos muito satisfeitos com a variedade do nosso portefólio e a sua dimensão e cobertura do país, mas estamos sempre atentos a oportunidades que possam melhorar a nossa oferta”. Nesta linha de raciocínio, Vasco Perestrelo chegou a ponderar uma aquisição este ano.
“Quando analisámos o inventário da Cemark concluímos que, além de ser muito antigo, a maioria das concessões acabam nos próximos um a dois anos, pelo que percebemos que só poderíamos dar um valor simbólico pela empresa. Não fazia sentido dar mais e por isso decidimos não melhorar a proposta”, garante.
De par com a digitalização dos formatos analógicos, a MOP está “em processo de reanálise e investimento de vários softwares, para melhor gerir e planear o inventário. Estamos a trabalhar nesse projeto com o objetivo de permitir oferecer aos nossos clientes, de uma forma simplificada e rápida, uma oferta integrada e adaptada aos seus objetivos e ‘targets'”, revela Vasco Perestrelo.
O CEO da MOP refere que já trabalha com quatro SSP (‘supply-side platforms’) – Hivestack, Broadsign, Place Exchange e Vistar Media – e brevemente com a VIOOH. “Estas parcerias permitem-nos acesso a todos os DSP disponíveis no ambiente programático, enquanto outros proprietários de media trabalham com cerca de 50% dos DSP. Isto permite-nos ampliar o nosso alcance e oferecer uma maior flexibilidade de acesso aos anunciantes”, argumenta Vasco Perestrelo.