Vivek Murthy, a maior autoridade da saúde pública dos Estados Unidos e o equivalente a um ministro da Saúde, declarou hoje que a violência armada no país é uma crise de saúde pública, recomendando uma série de medidas preventivas para a questão.
Em uma declaração de 32 páginas, Murthy pede um aumento no financiamento para pesquisa de prevenção da violência armada, aconselha trabalhadores de saúde a discutir o armazenamento de armas de fogo com os pacientes durante visitas médicas de rotina e recomenda verificação universal de antecedentes de compradores de armas, entre outras medidas.
Esse é um passo importante para a segurança do país e segue anos de apelos de autoridades da saúde para tratar as mortes por armas de fogo através das lentes da saúde e não da política.
"Eu sempre acreditei que isso é uma questão de saúde pública. Esta questão foi politizada, foi polarizada ao longo do tempo. Mas eu acredito que quando entendemos que isso é uma questão de saúde pública, temos a oportunidade de tirá-la do âmbito da política e colocá-la no âmbito da saúde pública”, afirmou Murthy em entrevista, segundo o “New York Times” (NYT).
No entanto, uma reforma da legislação de armas baseada na saúde pública tem sido uma batalha difícil nos EUA, cujos partidos políticos estão estagnados em relação a muitas das medidas recomendadas no relatório, incluindo proibições de armas de assalto e verificações de antecedentes para compradores de armas.
De acordo com a declaração, os ferimentos por tiros superaram os acidentes de carros como a principal causa de mortes de crianças e adolescentes em 2020. A taxa de mortalidade de armas de fogo para jovens nos EUA também é quase seis vezes maior do que no Canadá, quase 23 vezes maior do que na Austrália e quase 73 vezes maior do que no Reino Unido.