O bitcoin (BTC) opera em forte queda nesta segunda-feira (24) e volta ao nível dos US$ 61 mil por unidade, em sua mínima desde o dia 13 de maio, quando chegou a operar a US$ 60.779. O recuo veio após a corretora de criptomoedas falida Mt. Gox anunciar que começará a devolver na primeira semana de julho os ativos roubados de seus clientes no grande ataque hacker de 2014.
A devolução dos bitcoins é vista com preocupação pelos investidores, pois os antigos usuários da exchange receberão criptoativos que se valorizaram de US$ 1 mil antes do hackeamento de dez anos atrás para mais de US$ 60 mil hoje em dia. Espera-se que a maioria dos credores venda seus BTCs e realizem os lucros, gerando uma forte pressão vendedora na moeda digital. Estima-se que 740 mil bitcoins tenham sido roubados em 2014 e a Mt. Gox movimentou em maio 140 mil BTCs antes de anunciar o início da devolução dos ativos.
Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista, no pregão de sexta (21) foi registrado um saldo líquido negativo de US$ 105,9 milhões. Foi o sexto fluxo negativo diário consecutivo para os ETFs. Os fundos mais afetados pela onda de vendas de cotas foram o FBTC, da Fidelity, que somou US$ 44,8 milhões em retiradas, e o GBTC, da Grayscale, com saídas de US$ 34,2 milhões.
Perto das 10h29 (horário de Brasília) o bitcoin cai 4,7% em 24 horas, cotado a US$ 61.147 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 5,3% a US$ 3.309, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,35 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 5,59% a R$ 332.325, enquanto o ether recua 6,12% a R$ 17.973 de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) cai 4,7% a US$ 127,25, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem queda de 4% a US$ 564,09 e a avalanche (AVAX) registra leves perdas de 0,5% a US$ 24,70.
Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, o sentimento baixista persiste no bitcoin, ainda pressionado pelos fatores macroeconômicos e por uma fraca demanda dos compradores. “Com os Índices Gerentes de Compras (PMIs) norte-americanos em alta, a possibilidade de um corte de juros nos EUA se distancia, já que alguns reguladores podem interpretar que a taxa não está restritiva o suficiente para impactar os principais setores do país”, avalia.