A Feira do Livro toma a praça Charles Miller, em São Paulo, pela terceira vez a partir deste sábado, dia 29, até o domingo da próxima semana, 7 de julho, com programação bem mais encorpada.
Se no festival do Pacaembu no ano passado, já mais parrudo que a estreia em 2022, havia 40 mesas no programa principal, dessa vez a lista anuncia 55 mesas espalhadas ao longo de nove dias, sem contar os eventos paralelos que podem ser organizados pelas editoras em seus estandes.
É um reflexo na aposta da organização, realizada pela Associação Quatro Cinco Um com a Maré Produções, em um evento de maior duração, com quatro dias a mais. Toda a programação continua aberta e gratuita.
O festival vai concentrar seus convidados nos dois finais de semana, 29 e 30 de junho e 6 e 7 de julho, mas destaca uma programação voltada a professores, alunos e educadores no novo projeto Praça na Aula, mais enxuto, de segunda a sexta-feira.
Durante todos os dias, cerca de 150 editoras, livrarias e outras iniciativas literárias terão estandes erguidos ao ar livre, com venda de produtos e eventos esparsos. A feira inaugura três novos tablados menores só para receber a programação paralela elaborada pelos expositores autônomos.
O programa principal volta a se dividir num palco maior, montado na praça, e outro dentro do estádio. Algumas novidades de mais vulto incluem presenças internacionais como o deputado e podcaster português Rui Tavares, a escritora francesa de thrillers Hannelore Cayre e o pesquisador americano James N. Green.
Mas a lista de personalidades nacionais ficou ainda mais robusta com Marcelo Rubens Paiva, Sérgio Vaz e José Henrique Bortoluci, o ex-futebolista Walter Casagrande, o cantor Nando Reis, a atriz Alice Carvalho, o diplomata Rubens Ricupero e a artista plástica Lenora de Barros, numa conversa feita em parceria com a feira ArPa, que também expõe no Pacaembu neste próximo final de semana.
Uma das mesas mais aguardadas vai reunir os escritores Jamaica Kincaid e Henry Louis Gates Jr., dois expoentes do pensamento afroamericano. A romancista caribenha é lembrada nas listas do Nobel de Literatura por livros como "A Autobiografia da Minha Mãe" e "Annie John", enquanto o crítico literário americano lança no evento seu "Caixa-Preta", um sobrevoo de séculos da escrita sobre raça nos Estados Unidos.
Já a argentina Camila Sosa Villada, outro destaque da programação, será entrevistada sozinha pela jornalista Adriana Ferreira Silva. Ela publica três livros simultâneos por três editoras: "Tese sobre uma Domesticação" na Companhia das Letras, "A Viagem Inútil" na Fósforo e "A Namorada de Sandro" na Tusquets.
Além de promover encontros entre personalidades literárias, como Tatiana Salem Levy e Claudia Piñeiro, Ivan Angelo e Maria Adelaide Amaral, Bruna Beber e Gregorio Duvivier, Michel Nieva e Joca Reiners Terron e o trio Sérgio Rodrigues, Luiz Antonio Simas e Daniel Kondo, a feira parece dedicar cada vez mais espaço a artes correlatas à literatura.
Assim, oferece horário nobre para uma entrevista com a chef Rita Lobo feita por Isabelle Moreira Lima, e para uma conversa com o sambista Martinho da Vila mediada pela apresentadora Adriana Couto. O slam, cada vez mais protagonista de eventos literários, estará presente numa mesa que reúne Mel Duarte e Rashid.
A psicanálise deve tomar a linha de frente nas conversas entre a colunista Vera Iaconelli e Geni Núñez e entre os psicólogos Christian Dunker e Natalia Timerman, esta com mediação da também colunista Tati Bernardi.
A matemática orienta a mesa com o presidente do Impa, Marcelo Viana; a arqueologia deve protagonizar o papo entre os jornalistas Adriana Abujamra e Bernardo Esteves, que lançaram uma biografia de Niéde Guidon e o ensaio histórico "Admirável Novo Mundo"; e o meio ambiente dará o tom da mesa do documentarista João Moreira Salles com o gestor ambiental Pablo Casella.
Haverá ainda uma homenagem ao Rio Grande do Sul reunindo autores gaúchos de renome, como Jeferson Tenório, Morgana Kretzmann, Veronica Stigger e Paulo Scott.