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Por UBS

O fim do ciclo de capital barato e a expectativa de queda lenta nos juros globais devem tornar mais difícil a vida das empresas em busca de investimentos para crescer em 2024. Os fundos de Private Equity e Venture Capital, por sua vez, têm um cenário de ótimas oportunidades pela frente e tendem a manter tendência mais realista de alocação de recursos em negócios que já apresentam indicadores de boa qualidade em geração de caixa e rentabilidade.

Essa é a visão da maioria dos especialistas e gestores presentes no evento Alternatives Day 2023, realizado em São Paulo pelo UBS¹. Marcello Chilov, head de Global Wealth Management Latin America do UBS e CEO do Credit Suisse Brasil, reforçou a importância de investimentos alternativos para a sustentabilidade do mercado e a vocação do banco, que detém mais de US$ 200 bilhões em ativos sob gestão na América Latina. “Não é possível compor um portfólio sólido, com redução da volatilidade e aumento de retorno, sem alocação em ativos alternativos”, destacou o executivo, ressaltando que a instituição é pioneira no segmento no Brasil e dispõe da maior plataforma de investimentos do gênero na América Latina.

Paulo Passoni, managing partner e head of growth na Valor Capital Group, que opera com quatro fundos de early stage, dois de growth e 100 empresas no portfólio, lembrou da importância da chegada do Softbank à região, em 2019, para a atração de mais grupos estrangeiros e construção de um ecossistema de fundos locais. O momento agora, segundo ele, é de amadurecimento do mercado.

Paulo Passoni, managing partner e head of growth na Valor Capital Group. — Foto: Leo Orestes/Glab
Paulo Passoni, managing partner e head of growth na Valor Capital Group. — Foto: Leo Orestes/Glab

“A gente veio de um momento com mais capital do que oportunidade, para um cenário de pouco capital para demanda”, destacou. Passoni estima que há espaço para o investimento de US$ 4,5 bilhões em growth capital por ano em até 150 empresas em estágio de aceleração de crescimento, para a disponibilidade de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões na América Latina. “Está faltando dinheiro e isso favorece os investidores. Já as empresas que estão crescendo mais rápido levam vantagem porque tem oportunidade de consolidar o mercado”.

Foco na sustentabilidade

O capital, porém, está mais seletivo mesmo para empresas mais maduras, o que também impacta nos investidores Seed/Early Stage. “Os fundos de Later Stage subiram a barra e isso reflete em nós. Por conta da restrição de liquidez, o valuation médio está em um terço do praticado nos últimos anos”, pondera Lara Lemann, sócia fundadora da Maya Capital. Ela destaca o lado positivo dessa tendência: os empreendedores estão focando em sustentabilidade, com redução de custos e aumento de margem. No longo prazo, o valuation mais baixo vai ajudar na construção de negócios mais sólidos.

Rodrigo Colmonero, fundador & CEO da Gringo, startup que recebeu no final de 2021 uma terceira rodada de investimento de US$ 150 milhões da Valor Capital, é um exemplo dessa tendência. A startup, que oferece soluções para proprietários de veículos e conta com 7,7 milhões de usuários, mantém desde o início uma visão realista de captação, atraindo somente o capital necessário por etapa. “Quando o mercado enxugou, tomamos a decisão de reduzir a velocidade de crescimento, até surgir uma nova janela de oportunidade”, explicou Colmonero.

Na prática, a realidade mais dura e volátil do mercado brasileiro é um teste importante de resiliência para os empreendedores brasileiros. “O fato é que só tivemos 10 meses de capital barato e isso ajuda a explicar porque o desempenho da nossa carteira está melhor do que havíamos desenhado”, avalia Marcos Toledo, sócio fundador da Canary, investidor em Pré-seed (antes do Powerpoint, como ele define), Seed e Série A. Toledo calcula que a média de write offs (dissolução) de startups que não se validaram, historicamente em torno de 20% a 25%, índice que não se alterou nos últimos meses, mesmo com o choque de crédito para investimento.

Os gestores concordam que, apesar das dificuldades, o mercado brasileiro de Venture Capital passa por uma boa fase de amadurecimento. Bruno Yoshimura, sócio fundador da One VC, destaca que o ecossistema de Venture Capital no país está mais robusto e, como os fundos estrangeiros não conseguiram captar o mesmo volume de capital, estão optando por se antecipar e investir mais em rodadas Série A em toda a América Latina. “Nos Estados Unidos, os valuations não caíram tanto e voltaram a se corrigir, enquanto no Brasil esse processo está mais lento. Mas o importante é que os fundos internacionais, mesmo com falta de capital em Growth, por exemplo, estão animados em vir para o Brasil”, observa Yoshimura.

Da dir. para a esq.: Bruno Yoshimura, sócio fundador da One VC; Lara Lemann, sócia fundadora da Maya Capital; Marcos Toledo, sócio fundador da Canary; e Marcela Vaz, Illiquid Alternative Products GWM Brazil no UBS. — Foto: Leo Orestes/Glab
Da dir. para a esq.: Bruno Yoshimura, sócio fundador da One VC; Lara Lemann, sócia fundadora da Maya Capital; Marcos Toledo, sócio fundador da Canary; e Marcela Vaz, Illiquid Alternative Products GWM Brazil no UBS. — Foto: Leo Orestes/Glab

Bom para os secundários

Para os fundos que investem em fundos – o mercado secundário –, a escassez de dinheiro que deve perdurar em 2024 traz enormes oportunidades para quem está mais capitalizado. Renato Weiss, executivo principal da Lexington Partners, lembra que, apesar das restrições, o mercado global de Venture Capital ficou próximo a US$ 1 trilhão em 2022, com uma participação em torno de US$ 100 bilhões, apesar de uma ligeira queda em relação aos anos anteriores. O cenário é de estabilidade em VC e Private Equity. “Há muitas empresas performando bem, sem preocupação com pagamento de dívidas, apesar do custo mais alto [do capital]. Para o mercado secundário, esse é o momento, porque ele opera na escassez”, aponta.

Uma grande oportunidade reside nos fundos primários em final de ciclo, que vêm sendo negociados com bons descontos para o comprador. Ricardo Kanitz, CEO da Spectra, identifica bons negócios também em fundos buyout, nos quais o investidor adquire participações majoritárias em empresas maduras para reestruturação e revenda, que se profissionalizaram bastante nos últimos anos. “Gostamos também dos search funds, que compram empresas médias em setores tradicionais e trazem jovens gestores recém-formados para assumir o negócio e multiplicar o crescimento. É um mercado que vai começar a crescer muito no Brasil”, avalia.

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¹ Credit Suisse, part of UBS Group.

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Este material é meramente informativo e não constitui nenhum tipo de análise de valores mobiliários, recomendação ou prestação de serviço de qualquer natureza.

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