Tiroteio da Escola Sigma
Tiroteio da Escola Sigma | |
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Local | Escola Sigma, Jardim Imperador, Jaguaribe, Bahia, Brasil |
Data | 28 de outubro de 2002 (22 anos) 8h30min (UTC−3) |
Tipo de ataque | tiroteio contra escola, assassinato em massa, feminicídio |
Arma(s) | revólver calibre 38 |
Mortes | 2 |
Feridos | 0 |
Responsável(is) | E. R. (17) |
Motivo | resposta a suposto bullying |
O tiroteio da Escola Sigma foi um caso de tiroteio em estabelecimento de ensino ocorrido na cidade de Salvador, capital da Bahia, no dia 28 de outubro de 2002. O menor de dezessete anos, identificado com as iniciais E. R., disparou contra duas de suas colegas levando-as ao óbito, vindo depois a se entregar.
Desenrolar dos fatos
[editar | editar código-fonte]E. R., segundo colegas informaram, fora por cerca de um mês ridicularizado publicamente por suas colegas Vanessa Carvalho Batista e Natasha Silva Ferreira (as duas com quinze anos de idade) após a perda de pontos durante uma gincana da Escola Sigma — um colégio particular no bairro de classe média da capital baiana da Praia de Jaguaribe (bairro de Piatã[1]); a partir de então o relacionamento com ambas foi deteriorando e ele já teria comentado sua intenção de tirar-lhes a vida.[2] Numa outra versão, ele teria ficado indignado por ter obtido apenas dois pontos numa prova que valia cinco e as duas meninas teriam sido quem lhe deram essa pontuação, surgindo ali a inimizade entre eles; o colégio particular atendia duzentos e cinquenta alunos ao todo, cursando os ensinos fundamental e médio.[3] Segundo um colega, as duas garotas teriam lhe dado nota 2,5 num máximo de 3 e que o rapaz então ameaçara matar as duas; em suas palavras: "Mas quem iria acreditar numa ameaça dessas?".[1]
Na manhã da segunda-feira, 28 de outubro, E. R. chegara atrasado ao colégio, cujas aulas tiveram início às 7h15min, fora então advertido pela professora de matemática de que deveria apresentar uma tarefa feita em casa ao que ele, respondendo-lhe, dissera que havia trazido o dever e, então, tirou da mochila um revólver de calibre 38.[2][nota 1] Noutro relato, o rapaz "recebeu um exercício para fazer dentro da sala de aula".[3]
Às 7h30min, ele efetuou quatro tiros. Um deles acertou Vanessa Batista, que teve morte instantânea.[nota 2] Após isso o menor teria caminhado seis metros em direção à outra garota, Natasha Ferreira, e então alvejado-a.[3] Natasha Ferreira foi gravemente ferida com três tiros e foi mais tarde socorrida. O adolescente então se dirigiu até a quadra da escola onde ficou, bastante nervoso e ameaçando se matar, até a chegada da Polícia Militar que, levando um seu irmão de 21 anos para negociar sua rendição, ele veio finalmente a ser detido.[2]
Natasha, baleada na cabeça, pulmão e pescoço, foi levada em estado grave para o Hospital Roberto Santos de onde, à falta de neurologista, foi transferida para o Hospital Geral do Estado onde faleceu no mesmo dia, às 13h30min. Noutro relato, ela teria sido levada a o Hospital São Rafael, onde veio a óbito.[3][1] E Vanessa, após ter suas córneas doadas à Central de Transplantes, foi sepultada também na segunda-feira, no Cemitério Jardim da Saudade.[2]
Consequências
[editar | editar código-fonte]E. R., após ser detido, foi levado pela polícia militar até a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) para um depoimento preliminar no qual o adolescente não revelou os motivos de sua ação.[2][nota 3] A seguir, ele foi encaminhado à Promotoria da Infância e da Juventude, onde ficou à disposição da Justiça que, num prazo máximo de 45 dias deveria definir qual a medida punitiva.[3]
No mesmo dia o colégio emitiu uma nota onde informava a expulsão do atirador e a suspensão das aulas no turno vespertino para que os estudantes e professores pudessem ir ao sepultamento da aluna Vanessa.[3]
O episódio vem sendo relembrado como um dos casos de tiroteio contra escola ocorridos no Brasil, ao longo do tempo.[1][4] Na Bahia a partir de 12 de outubro de 2019 um perfil falso numa rede social efetuou ameaças de "massacre" contra um colégio da rede municipal de Salvador, levando pânico aos alunos e seus pais, bem como fazendo a imprensa relembrar o precedente da escola Sigma.[5]
Notas
- ↑ A origem da arma é controversa nas fontes. Segundo a Reuters,[2] ele pegara da coleção do padrasto, um perito da polícia civil. Já a Folha de S.Paulo noticiou que a arma pertencia ao pai do rapaz.[3] Notícias posteriores corroboram ter sido do pai a arma, e este seria perito da polícia.[1][4][5][6]
- ↑ O local alvejado em Vanessa Batista é controversa. Pela Reuters, ela foi acertou o crânio;[2] pela Folha de S.Paulo, o tiro teria acertado o peito da vítima.[3]
- ↑ A Folha de S.Paulo diz que a delegada responsável pelo inquérito se chamava Lígia Costa.[3] A Reuters noticiou que a delegada de plantão da DAI era Vera Rocha.[2]
Referências
- ↑ a b c d e A. E. (13 de março de 2019). «Relembre outros casos de tiroteios em escolas no Brasil». Diario de Pernambuco. Consultado em 31 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 31 de outubro de 2020
- ↑ a b c d e f g h Reuters (28 de outubro de 2010). «Estudante mata duas colegas dentro de escola em Salvador». Notícias UOL. Consultado em 26 de outubro de 2002. Cópia arquivada em 10 de novembro de 2015
- ↑ a b c d e f g h i Luiz Francisco (28 de outubro de 2002). «Arma usada por estudante para matar colegas pertencia a seu pai». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2017
- ↑ a b «Outros ataques em escolas provocados por alunos». Veja. 20 de outubro de 2017. Consultado em 31 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 24 de outubro de 2017
- ↑ a b «Ameaça de ataque a escola na Bahia leva pânico a alunos e professores». TNH1 (após Correio). 3 de agosto de 2019. Consultado em 31 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 11 de novembro de 2019
- ↑ «Assassinos planejaram ataque em escola de Suzano por um ano e meio». Am1. 14 de março de 2019. Consultado em 31 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 31 de outubro de 2020