San Lorenzo Tenochtitlán
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San Lorenzo (também chamada San Lorenzo Tenochtitlán) é uma zona arqueológica da civilização olmeca situada no estado mexicano de Veracruz. Juntamente com La Venta é um dos dois sítios mais importantes daquela civilização mesoamericana, tendo tido o seu auge entre 1 200 a.C. e 900 a.C. A zona arqueológica de San Lorenzo inclui três sítios arqueológicos: San Lorenzo, Tenochtitlan e Potrero Nuevo e é especialmente conhecida pelas várias cabeças de pedra gigantes que aí foram encontradas.
Breve história de San Lorenzo
[editar | editar código-fonte]Atualmente o sítio principal situa-se num planalto ao longo do rio Coatzacoalcos, a 60 km da costa do Golfo do México. Por altura do seu apogeu deveria estar situado numa ilha. Segundo Duverger data do período pré-clássico. Richard Diehl distingue três períodos na história de San Lorenzo:
- San Lorenzo (1150 a.C. - 900 a.C.)
- Nacaste (900 a.C. - 700 a.C.)
- Palangana (600 a.C. - 400 a.C.)
Entre 1200 a.C. e 900 a.C. San Lorenzo foi a maior cidade da Mesoamérica até que esse lugar foi tomado por La Venta. Cerca de 800 a.C., San Lorenzo estava praticamente desabitada, tendo no entanto sido reocupada entre 600 e 400 a.C. e novamente entre 800 e 1000 d.C.
Contrastando com o ambiente pantanoso de La Venta, San Lorenzo situava-se no centro de uma grande área agrícola[1]. Aparentemente terá sido sobretudo um centro cerimonial, sem muralha defensiva. Estima-se que a população total da zona de San Lorenzo possa ter atingido os 13 000 habitantes[2].
Escavações
[editar | editar código-fonte]San Lorenzo foi descoberta e escavada por Matthew Stirling e Drucker em 1945. São por eles encontradas numerosas esculturas, entre as quais cinco das famosas cabeças gigantes. O arqueólogo estadunidense Michael D. Coe retoma as escavações em 1964 e durante três anos. As datações por carbono-14 permitem estabelecer que San Lorenzo é anterior a La Venta. Em 1960 o arqueólogo Alfonso Medellín Zenil descobriu nas montanhas dos Tuxtlas as pedreiras de basalto donde foi extraída a rocha utilizada nas esculturas. Entre 1990 e 1996, o "Proyecto Arqueológico San Lorenzo Tenochtitlan" permitiu localizar numerosas outras esculturas. Em Maio de 1994 foi descoberta a décima cabeça gigante do sítio. As escavações de Ann Cyphers permitem estabelecer novas datas por carbono-14 (1700 a.C.).
O sítio arqueológico
[editar | editar código-fonte]É difícil imaginar o aspecto de San Lorenzo durante o seu apogeu em 900 a.C. O sítio ocupa cerca de 500 ha. O planalto foi objecto de importantes obras de terraplanagem, nomeadamente o enchimento de zonas mais baixas. Existem vários lagos artificiais, que são objecto de discussão entre os arqueólogos. Pelo menos dez cabeças gigantes e vários tronos formavam alinhamentos rituais. Atualmente pensa-se que as cabeças gigantes são representações de soberanos. Muitos destes monumentos estavam concentrados na parte oeste do planalto, onde se encontra também uma residência real chamada Palácio Vermelho e um ateliê de escultura. Há algum tempo, pensava-se que as esculturas de San Lorenzo pudessem ter sido mutiladas após uma revolta que tivesse posto fim à dinastia reinante. A crença atual é a de que os olmecas re-esculpiam os monumentos antigos.
O sítio exibe igualmente um sistema de canais de drenagem subterrâneos construídos com pedras cuidadosamente colocadas e ajustadas em forma de U, com um declive de 2%.
A fase Nacaste que se seguiu ao apogeu de San Lorenzo não produziu qualquer monumento. No entanto, distingue-se por um tipo diferente de cerâmica. A fase Palangana é contemporânea de La Venta. É marcada pela construção de uma série de túmulos, ignorando-se se San lorenzo dependia de La Venta nessa altura.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
Referências
[editar | editar código-fonte]- Clark, John E. (2000) "Gulf Lowlands: South Region", in Archaeology of Ancient Mexico and Central America: an Encyclopedia, ed. Evans, Susan; Routledge.
- Coe, Michael D. (1967) "San Lorenzo and the Olmec Civilization", in Dumbarton Oaks Conference on the Olmec, Dumbarton Oaks, Washingon, D.C.
- Cyphers, Ann (1999) "From Stone to Symbols: Olmec Art in Social Context at San Lorenzo Tenochtitlán", in Social Patterns in Pre-Classic Mesoamerica, Dumbarton Oaks, Washingon, D.C., pp. 155 - 181.
- Lawler, Andrew (2007) "Beyond the Family Feud", in Archaeology; Mar/Apr 2007, Vol. 60 Issue 2, pp. 20-25.
- The Olmecs: America's First Civilization, Richard A. Diehl, Thames & Hudson, 2005, ISBN 0500021198, 208 p.
- Les Olmèques. Des origines au mythe, Caterina Magni, Seuil, 2003, ISBN 2020549913, 432 p.
- Población, Subsistencia y Medio Ambiente en San Lorenzo Tenochtitlán, Coord. Ann Cyphers Guillen, UNAM, 1997
- In the Land of the Olmec, Michael Coe et Richard A. Diehl, University of Texas Press, Austin 1980, ISBN 0292775490
- Les Olmèques: La plus ancienne civilisation du Mexique, Jacques Soustelle, Arthaud, 1979, ISBN 2700302680, 217 p.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em inglês)Mapa de San Lorenzo e outros sítios olmecas
- (em inglês)Fotos de San Lorenzo