Princípio de razão suficiente
O princípio de razão suficiente é um princípio filosófico segundo o qual tudo o que acontece tem uma razão suficiente para ser assim e não de outra forma, em outras palavras, tudo tem uma explicação suficiente. Exemplo: Para cada entidade X, se X existe, então há uma explicação suficiente do porquê X existe.[1]
O processo lógico exige uma razão suficiente. Essa razão suficiente é a relação necessária de um objeto ou acontecimento com os outros. Em virtude desse princípio, consideramos que nenhum fato pode ser verdadeiro ou existente, e nenhuma enunciação verdadeira, sem uma razão suficiente (bastante) para que seja assim e não de outra forma. Essa definição é de Leibniz, que baseou a sua formulação nos trabalhos de Anaximandro, Parmênides, Arquimedes, Platão e Aristóteles, Cícero, Avicena, Tomás de Aquino e Espinoza. Um dos exemplos utilizados por Leibniz é o da mula de Buridan: caso uma mula seja colocada diante de dois montes de feno exatamente iguais em tudo à sua esquerda e à sua direita, ela não teria nenhuma razão suficiente para escolher um lado ou outro, morrendo assim de fome.
A razão, como atua sobre esquemas da comparação do semelhante, tende, em seu desenvolver, a elaborar o conceito de idêntico. A razão suficiente liga, coordena um fato a outro, procura entre eles um homogêneo, um parecido, uma “razão suficiente”. Se não o encontrar, ela não pode compreender. Dessa forma, a razão necessita das categorias, isto é, de elementos homogêneos que liguem um fato a outro.
Referências
- ↑ Pruss, Alexander R. (2006). «Introdução». The Principle of Sufficient Reason: A Reassessment. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 9780521859592
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ferrater Mora, J. (1985). Diccionario de filosofía. Madrid: Alianza
- Hirschberger, J. (1967). Historia de la filosofía. Barcelona: Herder
- Ortega y Gasset, José (1947). La idea de principio en Leibniz y la evolución de la teoría deductiva. Buenos Aires: Emecé
- Heidegger, M. (1973). Vom wessen des Grundes. [S.l.]: Frankfurt am Main Vittorio Klostermann
- Hellín, J. (1955). El principio de razón suficiente y la libertad. [S.l.]: Revista Pensamiento. pp. 303–320
- Hellín, J. (1963). Sentido y valor del principio de razón suficiente. [S.l.]: Revista Pensamiento. pp. 415–426
- Nicolás, Juan A. (1993). Razón, verdad y libertad en G.W.Leibniz: análisis histórico-crítico del principio de razón suficiente. Granada: Servicio de publicaciones de la Universidad de Granada
- Roldán, R. (1963). Theoria cum praxi: la vuelta a la complejidad (Apuntes para una filosofía práctica desde el perspectivismo leibniziano). [S.l.]: Isegoria: Revista de Filosofía Moral y Politica. CSIC
- Stengers, I. (1990). Quem tem medo de ciência? Ciência e poderes. São Paulo: Editora Siciliano.