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Pedro José Pézerat

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Pedro José Pezerat
Outros nomes Pierre-Joseph Pézerat
Nascimento 1801
La Guiche, França
Morte 1 de maio de 1872
Lisboa, Portugal
Nacionalidade francês
Ocupação arquitecto, engenheiro civil

Pedro José Pézerat, nascido Pierre Joseph Pézerat (La Guiche, 1801Lisboa, Portugal, 1 Maio de 1872). Foi um arquitecto e engenheiro francês, com importante obra no Brasil e em Portugal.

Biografia e obra

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Nasceu em La Guiche, na Borgonha e, em 1821, formou-se no curso de engenharia civil na Escola Politécnica de Paris. Na mesma cidade estudou na Academia de Arquitectura.[1]

Fachada neoclássica do Paço de São Cristóvão

Em 1825 viajou ao Brasil, onde, como parte da Academia Militar do Rio de Janeiro, trabalhou na execução de planos geodésicos e mapas. O Imperador D. Pedro I contratou-o como engenheiro particular e, a partir de 1828, como arquiteto imperial.[1] Entre 1824 e 1827, remodelou o casarão colonial que D. Pedro I havia comprado à Marquesa de Santos, dando-lhe uma fisionomia neoclássica.[2][3] Atualmente, o casarão é sede do Museu do Primeiro Reinado. Entre 1828 e 1831, também trabalhou na remodelação do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, que adquiriu uma aparência neoclássica depois de sua intervenção.[4]

Após a abdicação ao trono de D. Pedro I, Pezerat abandonou o Brasil junto da família real, viajando à Europa como professor da jovem rainha D. Maria II.[1] Junto com Grandjean de Montigny, Pezerat foi um dos nomes principais na arquitectura neoclássica do Império do Brasil.[1]

Após uma passagem pela Argélia, onde trabalhou como engenheiro para o governo francês entre 1831 e 1840, Pezerat estabeleceu-se em Portugal. Começou colaborando com a Câmara Municipal de Lisboa em 1841, e em 1852 foi contratado como engenheiro da Câmara.[1] Inicialmente ocupou-se de projetos relacionados ao abastecimento de água para a cidade, mas rapidamente envolveu-se também em vários projetos urbanísticos e arquitectónicos, como o projeto para os Banhos de São Paulo (1850) e o novo Matadouro Municipal (projeto de 1852).[1] Em 1853, foi contratado como professor de desenho da Escola Politécnica de Lisboa e, com o engenheiro Silva e Costa, foi o responsável pela remodelação do edifício da escola, previamente danificado num incêndio. Também projetou alguns edifícios na rua da escola.[1] Em 1861, Pezerat projetou uma remodelação do Hospital Termal Rainha D. Leonor em Caldas da Rainha (1861).[1]

Problemas de saúde obrigaram Pezerat a viajar à França em 1859, para realizar um tratamento. A partir de então, a saúde começou a limitar sua capacidade de trabalho, mas ele continuou ocupando um posto na Câmara até sua morte.[1] Em 1865, Pezerat foi parte da Comissão de Melhoramentos da Cidade de Lisboa e apresentou vários projetos para a revitalização e modernização urbanística da cidade, que porém foram recusados pela Câmara por limitações económicas. A partir de 1866, Domingos Parente da Silva passou a ser o arquitecto da cidade, e estabeleceu uma relação de amizade com Pezerat.[1]

A doença de Pezerat piorou nos anos seguintes, e o engenheiro morreu em sua casa em 1872, cego e pobre.[1] Em 1874, seu posto passou a ser ocupado pelo engenheiro Frederico Ressano Garcia, eleito num concurso.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Rui Alexandre Gamboa Paixão. Vida e obra do engenheiro Pedro José Pezerat e sua actividade na liderança da Repartição Técnica da Câmara Municipal de Lisboa (1852-1872) in Cadernos do Arquivo Municipal n. 9 Arquivado em 9 de março de 2014, no Wayback Machine.. Câmara Municipal de Lisboa. 2007. ISBN 0873-9870. pág 99-112.
  2. Casa da Marquesa dos Santos (Rio de Janeiro, RJ) no sítio do IPHAN
  3. Verbete 72 no Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro. Org. Jorge Czajkowski. Editora Casa da Palavra. 2000. ISBN 85-87220-25-X
  4. Verbete 74 no Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro. Org. Jorge Czajkowski. Editora Casa da Palavra. 2000. ISBN 85-87220-25-X
  • Rui Alexandre Gamboa Paixão. Vida e obra do engenheiro Pedro José Pezerat e sua actividade na liderança da Repartição Técnica da Câmara Municipal de Lisboa (1852-1872) in Cadernos do Arquivo Municipal n. 9. Câmara Municipal de Lisboa. 2007. ISBN 0873-9870. pág 99-112.
  • Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro. Org. Jorge Czajkowski. Editora Casa da Palavra. 2000. ISBN 85-87220-25-X