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Palais Jacques-Cœur

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Fachada do Palais Jacques-Coeur antes de 1875.

O Palais Jacques-Cœur, palácio francês situado em Bourges, é uma obra-prima da arquitectura gótica tardia. Este edifício nasceu da vontade de Jacques Cœur construir uma grant’maison (grande casa) na cidade natal. Prefigura os hôtels particuliers que florirão no Renascimento, e juntamente com o castelo de Montsoreau (1453) e o castelo de Châteaudun (1461), é um dos primeiros exemplos de arquitectura de prazer em França.[1]

Todavia, o tesoureiro de Carlos VII nunca chegou a habitá-lo.

Este palácio é, pela elegância da sua arquitectura, a riqueza e a variedade da sua decoração, um dos mais belos edifício civis da época gótica.

O palácio foi começado por Jacques Coeur, célebre tesoureiro de Carlos VII, embora este o tenha aproveitado pouco, uma vez que caíu em desgraça em 1451. Depois de ter sido restituido aos seus herdeiros a partir de 1457, o palácio conheceu sortes diversas. Foi propriedade de Jean-Baptiste Colbert em 1679 e adquirido pouco depois pela cidade de Bourges. Comprado pelo Estado em 1925, foi depois completamente restaurado.

Está classificado com o título de Monumento Histórico desde 1840.[2]

O palácio de Jacques Cœur

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A construção começou em 1443, por ordem do célebre tesoureiro de Carlos VII, e parece ter terminado em Julho de 1451, quando Jacques Cœur foi detido. Na verdade, esta esplêndida residência, destinada sem dúvida a servir-lhe de último retiro, ficou praticamente acabada em menos de dez anos, tendo custado 100.000 escudos de ouro. No entanto, o seu proprietário, caído em desgraça nesse mesmo ano, acabou por aproveitá-la pouco. O palácio foi, então, confiscado com todo o seu mobiliário para a Coroa.

O palácio de Aubespine

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Em 1457, não encontrando ninguém interessado em adquiri-lo, o rei acabou, finalmente, por devolver o palácio aos filhos de Jacques Cœur: Henri, Ravan e Geoffroy. Só voltaria a ser vendido em 1501 pelo filho de Goeffroy a um notável local, Antoine Turpin, que o revendeu, ele próprio, em 1552, a Claude de L'Aubespine, Secretário de Estado e das Finanças. O palácio conheceu, então, durante mais de cem anos a vida animada e brilhante das gentes do poder.

O edifício administrativo

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Adjudicado por decreto ao Ministro Colbert em 1679, acabou por ser devolvido ao município de Bourges no dia 30 de Janeiro de 1682, que instalou ali diversos serviços administrativos e judiciários. A residência sofreria poucas modificações, embora a revolução francesa tenha ocasionado a destruição de diversos baixos relevos e, sobretudo, da estátua equestre de Carlos VII que ocupava o dossel do pórtico de entrada desde a origem.

A lenta destruição evitada

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Foi a instalação do Tribunal de Recurso e dos tribunais, em 1820, que causou as mais graves destruições no edifício: o interior foi remodelado gradualmente e à medida das necessidades de espaço sem respeito pelas decorações existentes; janelas foram abertas. Prosper Mérimée denunciou estes acontecimentos a partir de 1837 e o edifício foi classificado como Monumento Histórico em 1840. Começou, então, uma campanha de restauro que se prolongou até 1885. Apesar duma reabilitação importante das fachadas e duma reconstituição ambiental do interior, este restauro não foi isento de erros, como a supressão arbitrária do telhado cónico do donjon pelo arquitecto Paul Bœswillwald.

Em 1920, o Tribunal de Recurso e os tribunais deixaram, por fim, o edifício e o hôtel Jacques Cœur continuará a ostentar o nome de Palais em referência a essa antiga utilização. O Estado adquiriu o conjunto do edifício em 1923, tendo levado a efeito um restauro assente em bases históricas sérias, entre 1927 e 1937, sob a direcção dos arquitectos Henri Huignard e Robert Gauchery. O estado actual do edifício é resultado directo deste restauro.

A partir de 1999, foi efectuada uma limpeza das fachadas.

Referências

  • Jean-Yves Ribault, Le palais Jacques-Cœur, Éditions du Patrimoine, Paris (France), mars 2001, ISBN 978-2-85822-609-2

Ligações externas

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