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Hemetério dos Santos

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Hemetério José dos Santos
Nome completo Hemetério José dos Santos
Nascimento 3 de março de 1858
Codó, Maranhão
Morte 1939 (81 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Escritor, educador, gramático e filólogo

Hemetério José dos Santos (Codó, 3 de março de 1858 - Rio de Janeiro, 1939).[1]

Hemetério José dos Santos nasceu em Codó, Maranhão, filho do fazendeiro Major Frederico dos Santos Marques Baptisei, e da escrava Maria. Sua data de nascimento corresponde a data de registro de seu batizado, ocorrido quando Hemetério já tinha 5 anos de idade. Na mesma ocasião em que foi batizado, mais dois irmãos por parte de pai foram batizados, Graciliano e Theophilo.[1]

Fez seus estudos no Collégio da Imaculada Conceição, em São Luis. Nesse período ele foi colega de Benedito Pereira Leite, futuro político do Maranhão.[1]

No início da década de 1870, aos dezesseis anos,[2] Hemetério mudou-se para o Rio de Janeiro, tornando-se professor do Colégio Pedro II, na capital.[1] No colégio, foi professor de francês, onde foi visto pelo próprio imperador, que o elogiou.[2] Também lecionou na Escola Normal do Distrito Federal, onde foi adotado o seu Compêndio de Grammatica Portugueza;[1] e no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde recebeu patente de major do exército, e posteriormente a patente de tenente-coronel honorário.[3][4] Foi educador do Pedagogium, instituição que exercia a função de coordenar e controlar as atividades pedagógicas no Brasil.[1] Sua ação como educador tinha viés progressista, e suas aulas tratavam de combater o racismo e ensinar a cultura dos povos africanos.[4][5]

Preconceito e ativismo

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Em sua atuação profissional como professor, Hemetério sofreu preconceitos de pais de discentes, ao verem um professor negro ensinando suas filhas e filhos. Foi o primeiro e único professor negro do Colégio Militar, o que lhe obrigava se impor pela sua erudição para amenizar o preconceito sofrido. Em seu ativismo, ele fez críticas a Machado de Assis, argumentando que o escritor teria ignorado os negros em sua obra, e quando os retratava, era de forma pejorativa (Machado se refere aos negros como vesgos e zarolhos, perpetuando a imagem preconceituosa vigente na literatura e na sociedade de seu tempo).[3]

Academia Brasileira de Filologia

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Hemetério foi fundador da Academia Brasileira de Filologia, ocupando a cadeira de número 25 do qual é patrono.[1]

Referências

  1. a b c d e f g «Hemetério José dos Santos: educador, homem de letras e sua obra» (PDF) 
  2. a b Tadeu Luis Maciel Rodrigues. «A história do professor negro e antirracista que ensinou durante a escravidão». Folha de S. Paulo. Consultado em 21 de julho de 2020 
  3. a b Marcela Moraes Gomes. «Hemetério dos Santos o posicionamento do intelectual negro a partir das obras Pretidão de amor e Carta aos Maranhenses». Revista Cantareira UFF. Consultado em 21 de julho de 2020 
  4. a b Tadeu Luis Maciel Rodrigues. «Hemetério José dos Santos: o primeiro professor negro do Instituto de Educação». Geledes. Consultado em 21 de julho de 2020 
  5. Antônio Martins de Araújo. «Hemetério José dos Santos: o demolidor de preconceitos» (PDF). UFRJ. Consultado em 21 de julho de 2020