Gustave Doré
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Gustave Doré | |
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Nascimento | Paul Gustave Louis Christophe Doré 6 de janeiro de 1832 Estrasburgo |
Morte | 23 de janeiro de 1883 (51 anos) Paris |
Sepultamento | cemitério do Père-Lachaise, Grave of Gustave Doré |
Nacionalidade | Francês |
Cidadania | França |
Alma mater |
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Ocupação | pintor, ilustrador, caricaturista, desenhista de banda desenhada, litógrafo, artista gráfico, gravador, escultor, desenhista, artista visual |
Distinções |
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Empregador(a) | Le Charivari |
Obras destacadas | Andromeda, Enigma, Les Saltimbanques |
Movimento estético | romantismo, simbolismo |
Assinatura | |
Paul Gustave Doré (Estrasburgo, 6 de janeiro de 1832 — Paris, 23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869 e 1871.
Vida e obra
[editar | editar código-fonte]Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado "Les travaux d'Hercule" (Os Trabalhos de Hércules). Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do "Journal pour rire", de Charles Philipon. Em 1848 estreou no Salão com dois desenhos a pena.
Em 1849, com a morte do pai, passa a maior parte do tempo com a mãe. Já é reconhecido, apesar de contar apenas dezesseis anos. Em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora em diversas revistas como o "Journal pour tous".
Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração dA Divina Comédia, de Dante Alighieri
Após algum tempo desenhando diretamente sobre a madeira e tendo seus trabalhos gravados por amigos, iniciou-se na pintura e na escultura, mas suas obras em tela e esculturas não fizeram tanto sucesso como suas ilustrações em tons acinzentados e altamente detalhadas.
Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.
Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855); Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863); O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; Contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.
Em 1869, Doré foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação, muito criticado por, supostamente, retratar apenas a pobreza da cidade. Mas apesar de todas as críticas, o livro foi um sucesso de vendagem na Inglaterra, valorizando ainda mais o seu trabalho na Europa. Ganhou muito dinheiro ilustrando para diversos livros e obras públicas, mas nunca abriu mão dos trabalho desenvolvidos apenas para seu prazer pessoal.
Encontram-se gravuras da sua autoria na revista Jornal do domingo[1] (1881-1888).
Gustave Doré morreu aos 51 anos, pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho com o seu trabalho foi utilizado para quitar diversas dívidas, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.
Legado
[editar | editar código-fonte]Gustave Doré foi um marco na arte da ilustração, influenciando os ilustradores que o sucederam.
Na pintura encontram-se suas principais obras: L'Enigme (hoje no Musée d'Orsay) e Le Christ quittant le prétoire (1867-72), um painel medindo 6 metros de altura por 9 de comprimento. Este quadro foi restaurado entre 1998-2003, pelo Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo, num salão dedicado a este fim e que ficou aberto à visitação durante todo o trabalho.
Em 1931 Henri Leblanc publicou um catálogo que procedeu ao inventário completo das obras de Doré, contendo 9.850 ilustrações, 68 libretos musicais, 5 cartazes, 51 litografias originais, 54 sumi-e, 526 desenhos, 283 aquarelas, 133 pinturas e 45 esculturas.
Principais obras ilustradas por Gustave Doré
[editar | editar código-fonte]Gustave Doré ilustrou mais de cem obras-primas da literatura universal. Dentre estas, destacam-se:
- François Rabelais: Œuvres, éd. J. Bry, 1851, 104 ill.
- Condessa de Ségur: Nouveaux contes de fées, Hachette, 1857, 20 vign.
- Hippolyte Taine: Voyage aux Pyrénées, 1858
- Dante Alighieri: A Divina Comédia, 1861, 136 ill. et L'Enfer.
- Gottfried August Bürger : Münchhausen, Frune, 1862, 158 ill.
- Miguel de Cervantes : Don Quixote, 1863, 377 ill.
- Maxwell : Sindbad, o marinheiro, 1865
- Théophile Gautier: Le Capitaine Fracasse, 1866, 60 ill.
- Victor Hugo: Les travailleurs de la mer, 1867, 22 ill.
- Alfred Tennyson: Idílios do Rei, 1867, 36 ill. (Enide, 1867, 9 ill.; Viviane, 1868, 9 ill.; Elaine, 1867, 9 ill.; Guinevere, 1868, 9 ill.)
- Jean de La Fontaine: Fábulas, 1868, 248 ill.
- Bíblia: tradução de Bourassé e Janvier, apelidada de Bible de Tours, 1843
- Samuel Coleridge : The rime of the Ancient Mariner, 1876
- Lord Byron: l'œuvre, éd. J. Bry.
- Charles Perrault: contos (Barba-Azul, Cendrillon, Le Chat botté, Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno Polegar, Riquet à la houppe).
Ilustrações
[editar | editar código-fonte]Um pequeno exemplo da qualidade da obra de Doré:
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O Gato de Botas
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O Lobo e Chapeuzinho Vermelho
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O Lobo e Chapeuzinho Vermelho
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Bota de Sete Léguas
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As Fadas, de Charles Perrault
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O Dilúvio
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Don Quixote, de Cervantes
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O Inferno, de Dante Canto 1
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O Corvo, poema de Edgar Allan Poe
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O Dilúvio
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Um Torneio Amigável durante a Terceira Cruzada em 1189
Referências
- Bibliografia
- Delorme, Rene (1879) Gustave Doré. Paris: Librairie d’Art (80 illustrations, earliest photogravures of Dore paintings)
- Roosevelt, Blanche (1885) Life and Reminiscence of Gustave Doré. New York: Cassell & Co., Ltd. (141 illustrations)
- Jerrold, Blanchard (1891) The Life of Gustave Doré. London: W. H. Allen & Co., Ltd. (138 illustrations)
- Valmy-Baysse, J. (1930) Gustave Doré - L’Art et la Vie. Paris: Editions Marcel Seheur (314 illustrations)
- Deze, Louis (1930) Gustave Doré - Bibliographie et catalogue complet de l’oeuvre. Paris: Editions Marcel Seheur (103 illustrations)
- LeBlanc, Henri (1931) Catalogue de l’oeuvre complet de Gustave Doré. Paris: Ch. Bosse (30 illustrations)
- Farner, Konrad (1963) Gustave Doré der Industrialisierte Romantiker (2V) Dresden: Verlag der Kunst (521 illustrations, reprinting most of the Delorme photogravures)
- (1983) Gustave Doré 1832-1883. Strasbourg: Musee d’Art Moderne (exhibition book: 591 illustrations)
- Renonciat, Annie (1983) La vie et l’oeuvre de Gustave Doré. Paris: ACR Edition (343 illustrations)
- Malan, Dan (1995) Gustave Doré, Adrift on Dreams of Splendor. St. Louis: MCE Publishing Co. (500 illustrations)
- (due 9/2006) Fantasy & Faith: the Art of Gustave Doré. New Haven: Yale University Press (exhibition book: 160 illustrations, 120 in full-color)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Ilustrações de Gustave Doré para A Divina Comédia»
- «Imagens e ilustrações de contos de fadas, lendas e mitos por Gustave Doré»
- «Fábulas de La Fontaine ilustradas por Gustave Doré»
- «Galeria das ilustrações de Gustave Doré». (em inglês)
- «Todos as ilustrações de Doré feitas para disponíveis para Download (juntamente com os livros)»
- «Gustave Doré Art Images»
- Obras de Gustave Doré na Biblioteca Nacional de Portugal