Escrita cuneiforme
Escrita cuneiforme | |
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Trecho extraído do Cilindro de Ciro (linhas 15–21), fornecendo a genealogia de Ciro, o Grande, e um relato de sua captura da Babilônia em 539 a.C. | |
Tipo | Logográfica e silabário |
Línguas | Sumério, Acadiano, Hitita, Aramaico, Persa antigo etc. |
Período de tempo
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c. Século XXXV a.C. — c. Século II d.C. |
Sistemas-pais
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Proto-escrita
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Sistemas-filhos
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Nenhum; influenciou o formato das letras do idioma ugarítico e do persa antigo |
Direção | Esquerda-para-direita |
ISO 15924 | Xsux, 020
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Conjunto de carateres Unicode
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A escrita cuneiforme é a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha.[1] É, juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo conhecido de escrita, tendo sido criado pelos sumérios cerca de 3 200 a.C.[2] Inicialmente, a escrita representava formas do mundo (pictogramas). Com o passar do tempo, por praticidade, as formas foram se tornando mais simples.[2]
Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas, potes de argila, em sequências verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Até então duas novidades tornaram o processo mais rápido e fácil: as pessoas começaram a escrever em sequências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo), e um novo estilete em cunha inclinada passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos.
Tabuletas cuneiformes podiam ser tostadas em fornos para prover um registro permanente; ou as tabuletas poderiam ser reaproveitadas se não fosse preciso manter os registros por longo tempo. Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram tostadas durante os ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios nos quais as tabuletas eram mantidas.
A escrita cuneiforme foi adotada subsequentemente pelos acadianos, babilônicos, elamitas, hititas e assírios e adaptada para escrever em seus próprios idiomas; foi extensamente usada na Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil anos, apesar da natureza silábica do manuscrito (como foi estabelecido pelos sumérios) não ser intuitiva aos falantes de idiomas semíticos. Antes da descoberta da civilização Suméria, o uso da escrita cuneiforme apesar das dificuldades levou muitos filólogos a suspeitar da existência de uma civilização precursora à babilônica. A sua invenção ficou a dever-se às necessidades de administração dos palácios e dos templos (cobrança de impostos, registro de cabeças de gado, medidas de cereal, etc.).
Os registros mais antigos foram produzidos entres os anos 3400 e 3000 a.C. e são provenientes do sul da Mesopotâmia, em especial da antiga cidade de Uruk, atual Iraque.
O último documento registrado em escrita cuneiforme da sociedade da Mesopotâmia é um almanaque astronômico datado de 75 d.C., onde estão anotados os movimentos dos astros mês a mês.[3]
Referências
- ↑ «Os 4 segredos incríveis revelados ao se decifrar escrita cuneiforme de 5 mil anos». BBC News Brasil. 7 de janeiro de 2022. Consultado em 5 de abril de 2023
- ↑ a b Marcos Such-Gutiérrez (23 de janeiro de 2023). «A invenção da escrita cuneiforme pelos sumérios». National Geographic Portugal. Consultado em 5 de abril de 2023
- ↑ BOTTÉRO, Jean. O Nascimento da Escrita. in: História Viva Grandes Temas nº6. Tradução de Celso Paciornik. Duetto: São Paulo. s/d.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Akkadian (specifically, Neo-Assyrian) sign list» (em francês). (alain.be) -
- «Analysis and reports to support an international standard for computer encoding of the Cuneiform writing system» (em inglês). -
- «Cuneiform Digital Library Initiative» (em inglês). . A Joint Project of the University of California at Los Angeles and the Max Planck Institute for the History of Science. See "Sign Lists" article for free online sign lists. -
- «Cuneiform Texts from Babylonian Tablets, &c. in the British Museum» (em inglês). , Budge, E.A., London, Harrison and Sons, 1896. -
- «Digital Hammurabi» (em inglês). - aimed at scanning, visualizing, and publishing very high resolution, three dimensional models of cuneiform tablets and at producing an international standard computer encoding for cuneiform text -
- «ETCSL (Sumerian) sign list» (em inglês). -
- «Evolution of Cuneiform» (em inglês). -
- «Neo-Assyrian sign list» (PDF) (em inglês). -
- Digital encoding and rendering
- «Online interactive cuneiform tablet» (em inglês). from the State Library of Victoria collection. -
- «Online Translator». - Translates English words, sentences, and phrases into ancient Assyrian, Babylonian, Sumerian cuneiform
- Editores
- The Emacs editor has an input method for Neo-Akkadian Cuneiform
- Fontes
- Unicode
- «Akkadian» (em inglês). (reproduces the archaic (Ur III) glyphs given in the Unicode reference chart, themselves based on a font by Steve Tinney) -
- «Cuneiform Composite (free Cuneiform font)» (em inglês). , also Ur III. Designed by Steve Tinney with input from Michael Everson. -
- «FreeIdgSerif» (em inglês). (branched off FreeSerif), encodes some 390 Old Assyrian glyphs used in Hittite cuneiform. -
- não Unicode
- «Cuneiform fonts for TeX/LaTeX/PDFLaTeX» (em inglês). por Karel Piska (Type 1, GPL) -
- «Sumerian font» (em inglês). por Carsten Peust (TrueType, freeware) -
- «Ur III, Old Babylonian, NeoAssyrian fonts» (em inglês). por Sylvie Vanséveren (TrueType, freeware) -
- «UR III font» (em inglês). por Guillaume Malingue (TrueType, freeware) -