Saltar para o conteúdo

António Pais de Sande

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Antônio Pais de Sande)

António Pais de Sande (Estremoz, 1622[1] - Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1695) foi um administrador colonial português. Participou nas campanhas da Restauração. Foi governador de Monção e provedor das Armadas do Reino.

Governos coloniais

[editar | editar código-fonte]

Em 24 de março de 1666 foi nomeado secretário-geral da Índia Portuguesa, onde permaneceu durante 12 anos. Foi membro do 8.º Conselho de Governo Interino da Índia (1678).

Regressado a Lisboa, recebeu a nomeação de membro do Conselho Ultramarino.

Foi governador das capitanias reunidas do Rio de Janeiro e São Paulo (que englobava o território das futuras Minas Gerais que iam sendo descobertas) nomeado por carta patente de 27 de dezembro de 1692 em substituição a Luís César de Meneses[carece de fontes?].

Tomou posse em 25 de março de 1693 e governou até 7 de outubro de 1694 quando se retirou por doença.

Era comendador da Ordem de Cristo e Alcaide de Santiago do Cacém.

Casou com Catarina de Castro, de cujo casamento descende a ilustre família Pais de Sande e Castro, Senhores do morgado e casa do Cabo, em São João da Pesqueira, ligada por casamento à primeira nobreza do Reino.

Escreveu ao Rei sobre os paulistas: «São briosos, valentes, impacientes da menor injúria, ambiciosos de honra, amantíssimos da sua pátria, benéficos aos forasteiros e adversíssimos a todo ato servil, pois até aquele cuja muita pobreza lhe não permite ter quem o sirva, se sujeita antes a andar muitos anos pelo sertão em busca de quem o sirva, do que a servir a outrem um só dia.» Tinha razão: provam as rebeliões contra Salvador Correia, o aniquilamento das missões, a expulsão dos jesuítas, as desavenças com os espanhóis, as sublevações contra a alteração da moeda...

Foi o primeiro representante da metrópole que teve (efêmera e fracamente) intervenção nas coisas de Minas Gerais, cujo território começava a se povoar mais ativamente[carece de fontes?]. Enviou ao Rei o memorial do Dr. Sebastião Cardoso de Sampaio relativo às minas da Itabaiana e de Parnaguá, mas o interessante do papel foi que, desanimando delas, falava do Sabaraboçu em termos imaginosos consoante as lendas, e em vista de tal incentivo novo, e como Sande se oferecia para subir ao sertão, assim lhe ordena o Rei por alvarás, prometendo honras e mercês aos que o auxiliassem[carece de fontes?].

Há uma carta real de 18 de março de 1694 em que se garante propriedade plena das minas aos descobridores, com a única obrigação de remeter o imposto de 1/5, ou a quinta parte, sobre o ouro, o famoso quinto[carece de fontes?].

Arruinadas e desmuniciadas as fortalezas do Rio em seu tempo, apenas três companhias «de soldados bisonhos», os melhores seguiam para a Colônia do Sacramento. A metrópole neste ano mandou suspender a cobrança do donativo para o dote da Rainha da Inglaterra, para o qual o Rio de Janeiro enviou mais de 400 mil cruzados[carece de fontes?]. Houve ainda uma epidemia de varíola no Rio em que prestaram serviços notáveis ao povo os carmelitas.

Governou até 7 de outubro de 1694. Recebeu cartas régias em 12 e em 15 de março de 1694 que o mandavam verificar as minas, o que não pode fazer.

Em 3 de agosto de 1694 o Senado da Câmara do Rio de Janeiro comunica ao governador-geral da capitania dos estados do Sul, D. João de Lencastre, o insulto apoplético de Sande, declarando que, pela qualidade da moléstia, e muita idade, posto que não tivesse morrido, ficaria inábil[carece de fontes?]. O Governador, como não houvesse no Rio quem o sucedesse, mandará da Bahia o mestre-de-campo do Terço Velho da Bahia André Cusaco, natural da Irlanda, por ofício de 19 de agosto de 1694[carece de fontes?]. Cusaco tomou posse perante a Câmara em 8 de outubro. Incrível, há provisão de meirinhos do mar e selos de alfândega na pessoa de Domingos Rodrigues Salgado, assinada por Sande em 30 de setembro de 1694 - o que se explica por abusos dos serventuários[carece de fontes?]. Atos que requeriam o nome por inteiro estão apenas rubricados. Devem ter forçado Sande a tal serviço! Teve uma hemiplegia do lado direito, com paralisia completa da língua. Cussaco governará até 19 de abril de 1695 e será substituído por Sebastião de Castro Caldas.

  • António Paes de Sande e Castro (1951). António Paes de Sande. "o grande governador". Lisboa: Divisão de Publicações e Biblioteca Agéncia Geral do Ultramar. 225 páginas 
  • António Paes de Sande e Castro (1943). Apontamentos para a biografia de António Paes de Sande. governador dos estados da India e do Rio de Janeiro. Lisboa: [s.n.] 32 páginas 


Referências

  1. Sande e Castro,pág. 9

Precedido por
Pedro de Almeida, 1.º Conde de Assumar

Conselheiro do 8.º Conselho de Governo Interino da Índia Portuguesa

1678
Sucedido por
Dom António Brandão
Precedido por
Luís César de Meneses
Governador do Rio de Janeiro
16931694
Sucedido por
André Cusaco